Brasil, 3 de setembro de 2025
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Wagner Rosário defende postura sobre urnas eletrônicas em audiência

O controlador-geral do estado de São Paulo, Wagner Rosário, esclarece sua postura sobre urnas eletrônicas em audiência na Alesp.

O controlador-geral do estado de São Paulo, Wagner Rosário, esteve no centro das atenções nesta terça-feira, 2, durante uma audiência na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Ele foi convocado para justificar sua atuação como ministro da Controladoria-Geral da União (CGU) do governo Jair Bolsonaro (PL), especificamente sua defesa da colaboração entre a CGU, a Polícia Federal e as Forças Armadas para analisar a segurança das urnas eletrônicas. Esta declaração suscitou questionamentos de deputados de oposição, que se mostraram preocupados com suas afirmativas.

A defesa da segurança das urnas eletrônicas

Wagner Rosário explicou que sua proposta de ação conjunta entre as entidades fiscalizadoras do processo eleitoral se baseava em uma resolução que permite essa atuação em consórcio. “Para quê? Para fazermos sugestões que aprimorassem as urnas eletrônicas”, justificou. Ele reforçou sua posição como auditor, ressaltando a importância do ceticismo em sua profissão e afirmou que, durante seu mandato na CGU, foram feitas várias recomendações visando a melhoria do sistema de votação.

Controvérsias e reações

O contexto em que Rosário fez suas declarações se remete a julho de 2022, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro instou seus ministros a sublinharem a suposta fragilidade das urnas eletrônicas, o que deu origem à operação “Tempus Veritatis” da Polícia Federal. Embora a participação de Rosário tenha sido limitada a depoimento como testemunha, seu nome ficou associado ao esforço de descreditar o sistema eleitoral. Questionado a respeito, ele alegou que sua intensa colaboração com as investigações visava esclarecer e não implicar em qualquer tipo de conluio.

Na audiência, parlamentares, especialmente do PT e do PSOL, não hesitaram em confrontá-lo sobre suas declarações passadas. Mesmo com a pressão e a insistência das perguntas, Rosário se esquivou de afirmar uma posição clara sobre sua confiança nas urnas eletrônicas, alegando que seu questionamento sobre a gravação da reunião tinha o intuito de ajustar seu discurso ao contexto em que se encontrava. “Se eu soubesse [que a reunião estava sendo gravada], eu não teria utilizado aquela palavra, eu teria usado outra mais palatável”, declarou.

Outros pontos de criticidade e responsabilidade

Além das preocupações sobre sua postura em relação às urnas, Wagner Rosário enfrentou críticas em relação a sua gestão anterior como ministro da CGU. Durante sua passagem pela CPI da Covid, ele foi acusado de desmerecer a ex-senadora Simone Tebet, atual ministra do Planejamento, e de omissão em casos críticos, como a compra da vacina Covaxin. Rosário, por sua vez, defendeu suas ações, afirmando que em nenhum momento teve a intenção de menosprezar a ministra e que a compra das vacinas foi feita de forma correta, sem desvios de recursos.

Em meio a essas discussões, outro tema delicado emergiu: uma recente operação do Ministério Público de São Paulo apontou suspeitas de corrupção, incluindo um servidor da Secretaria da Fazenda que teria recebido propinas de mais de R$ 1 bilhão. Rosário transferiu a responsabilidade para a gestão da pasta, sob a liderança de Samuel Kinoshita, afirmando que o sistema de auditoria não é responsável pela prevenção de condutas ilícitas, tarefa que cabe aos gestores.

Proximidade com o governo e papel no TCE-SP

Wagner Rosário, que possui uma longa trajetória como auditor de carreira e ocupou cargos relevantes tanto no governo de Michel Temer quanto no de Jair Bolsonaro, é atualmente indicado para integrar o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP). Essa proximidade com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi alvo de críticas, visto que ambos foram colegas na Academia Militar e suas relações pessoais e profissionais levantam questionamentos sobre a imparcialidade da fiscalização das contas do governo.

Os conselheiros do TCE-SP são responsáveis por aprovar as contas do estado e fiscalizar contratos com o poder público. Assim, a atuação e a idoneidade de Rosário neste novo cargo serão observadas de perto, tanto pela oposição quanto pela sociedade em geral.

Fica evidente, portanto, que o caminho a ser trilhado por Rosário no Tribunal de Contas poderá ser repleto de desafios, à medida que ele busca equilibrar suas experiências passadas e as expectativas do presente, em um cenário político tão polarizado.

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