Brasil, 2 de setembro de 2025
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Promotor e assessor são acusados de exigir R$ 3 milhões em Piauí

TJ do Piauí aceita denúncia contra promotor suspeito de corrupção, após empresário revelar exigência de R$ 3 milhões para arquivamento de investigação.

A corrupção no Brasil continua a ser um tema que gera grande repercussão na sociedade. Recentemente, o Tribunal de Justiça do Piauí (TJPI) aceitou a denúncia contra o promotor Maurício Verdejo Gonçalves Junior e seu ex-assessor, André Ricardo Bispo Lima. Ambos são acusados de exigir a quantia de R$ 3 milhões de um empresário, Junno Pinheiro, em troca do arquivamento de uma investigação a seu respeito. Este caso revela a gravidade da corrupção dentro de instituições que deveriam zelar pela justiça e integridade pública.

Contexto da denúncia

A denúncia foi formalizada pelo Ministério Público do Piauí (MPPI) no dia 2 de setembro de 2024, após uma investigação que começou em julho do mesmo ano. Durante esse período, o empresário Junno Pinheiro relatou ter se encontrado com o promotor em diversas ocasiões, onde Maurício Verdejo teria feito exigências explícitas sobre o pagamento para interromper os processos que o envolviam.

Os encontros ocorreram em locais públicos e foram registrados em vídeo, capturando o momento em que o promotor negociava e recebia os pagamentos. Em uma das gravações, o promotor é ouvido dizendo: “Vou pegar tudo e vou fazer a análise, falo que não tem nada e pronto. Quando passar dessa fase, ‘vamo’ tomar uma para comemorar”. Essa frase particular se tornou um simbolismo do desprezo à ética e à seriedade que deveriam nortear a atuação de um meu promotor de justiça.

Investigação penal e colaboração com a PF

A investigação da Polícia Federal (PF) começou após a denúncia de Junno, que afirmou ter sido abordado por Maurício Verdejo em um restaurante na Barra Grande, no litoral do Piauí. O promotor teria intimidado o empresário, dando-lhe um curto espaço de tempo para efetuar o pagamento, sob a ameaça de continuar sendo investigado na Operação Jet Ski. Essa operação investiga irregularidades em contratos de locação de equipamentos hospitalares que foram firmados sem licitação com a extinta Fundação Estadual de Serviços Hospitalares (Fepiserh).

De acordo com o MPPI e a PF, as provas coletadas foram suficientes para justificar a aceitação da denúncia pelo TJ, que ocorreu em 21 de agosto de 2024, quase um ano após a apresentação da denúncia inicial. Essa colaboração entre o ministério público e a polícia reflete a importância da atuação conjunta no combate à corrupção.

Os detalhes da negociação

As investigações revelaram que no dia 2 de agosto de 2024, Junno Pinheiro foi à residência do promotor levar uma parte do dinheiro exigido. Posteriormente, em 7 de agosto, ele retornou com R$ 500 mil, quando a PF realizava a operação, captando o envolvimento dos acusados e dando respaldo à investigação. No decorrer do cumprimento de mandados, foi descoberto um montante de R$ 896 mil na casa de Maurício Verdejo, reforçando as suspeitas de corrupção.

Consequências e a defesa do promotor

O ex-assessor, André Bispo, também está sendo investigado, pois supostamente ajudou o promotor a manipular documentos e a orientar Junno na elaboração de petições para o arquivamento do Procedimento Investigatório Criminal. Isso levanta sérias questões sobre a extensão da corrupção dentro do sistema judiciário e a possibilidade de que outros envolvidos estejam em conluio.

Adicionalmente, o promotor é acusado de ter tentado obstruir a Justiça, ao bloquear remotamente seu celular, o que impediu a extração de dados relevantes durante a perícia. Essa ação é um indicativo de uma clara tentativa de manipulação e interferência nas investigações.

Perspectivas futuras

Diante da gravidade das alegações, o Ministério Público pediu a prisão preventiva de Maurício Verdejo e a sua destituição do cargo. Os impactos dessa corrupção não apenas afetam o sistema judiciário, mas também retiram a confiança da população nas instituições que supostamente deveriam protegê-la. A sociedade aguarda um desfecho que reforce a ideia de que a justiça, embora lenta, ainda pode prevalecer e punir aqueles que transgridem a ética e a lei.

Este caso exemplifica a necessidade de vigilância contínua e a importância de apoios institucionais para a erradicação da corrupção no Brasil. A luta contra essas práticas ilegais requer não apenas um fortalecimento das instituições, mas uma mudança cultural que valorize a transparência e a integridade nas relações públicas.

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