A Prefeitura do Rio de Janeiro deu início ao treinamento da primeira turma dos agentes da recém-criada Força Municipal, uma divisão armada da Guarda Municipal, nesta segunda-feira (1º). Com a previsão de os agentes estarem nas ruas a partir de janeiro de 2026, a nova força busca aumentar a segurança na cidade, mas enfrenta desafios significativos, incluindo um número expressivo de vagas não preenchidas durante o processo seletivo.
Desafios na seleção de candidatos
O treinamento começou na sede da Superintendência da Polícia Rodoviária Federal (PRF), localizada em Vigário Geral, na Zona Norte do Rio. Embora a expectativa seja alta, o programa não conseguiu preencher todas as 330 vagas oferecidas, com 48 delas permanecendo ociosas, o que corresponde a 14,5% de ausência. Ao todo, 282 agentes foram convocados para dar início à formação.
Em junho, o prefeito Eduardo Paes sancionou sem vetos o Projeto de Lei Complementar (PLC) que regulamenta o uso de armas pela Guarda Municipal e estabelece a criação desta elite armada. Mas a estruturação do novo quadro de policiais não foi isenta de problemas.
O processo de seleção e a formação dos agentes
No último mês, o teste de aptidão física realizado na Vila Militar, em Deodoro, atraiu cerca de 900 candidatos. Contudo, menos da metade, apenas 393, foram considerados aptos. Dentre eles, 111 foram contraindicados para ataquar na nova força. O processo de seleção também incluiu a avaliação da ficha funcional, testes físicos, exames toxicológicos, avaliação psicológica e investigação social, revelando um rigoroso critério de escolha.
Adicionalmente, o edital publicado pela Prefeitura em junho não apresentou informações sobre o número de vagas destinadas a Pessoas com Deficiência (PcD), negros, indígenas e indivíduos com 60 anos ou mais, levantando questões sobre a transparência do processo.
Expectativas para o futuro da Guarda Municipal
O curso de formação dos agentes da Força Municipal terá duração de três meses, durante os quais faltas injustificadas podem levar à eliminação dos candidatos. Aqueles que forem aprovados estarão preparados para o patrulhamento ostensivo, com foco na prevenção de crimes como furtos e roubos em espaços públicos.
A meta da Prefeitura é formar 660 agentes até o final de 2025. No entanto, com o número de vagas não preenchidas, a realização desse objetivo pode estar em risco. De acordo com declarações da Prefeitura, a previsão é que o efetivo geral alcance 4,2 mil agentes até 2028. Dessa cifra, 1,2 mil serão agentes já presentes na Guarda Municipal, enquanto os demais serão contratados para vagas temporárias, com validade de até seis anos.
Os agentes que integrarem a Guarda Armada receberão um salário de R$ 13.033, que inclui gratificações por risco e porte de armas. Esse incentivo busca não apenas atrair novos talentos, mas também estabilizar o quadro da segurança pública na cidade, que enfrenta desafios históricos em relação à criminalidade.
O avanço deste programa é visto como necessário para garantir uma abordagem mais eficaz na segurança pública do Rio de Janeiro, mas sua implementação depende do compromisso do município em preencher todas as vagas disponíveis e em garantir que a seleção dos agentes seja feita de maneira justa e abrangente.
Com o olhar voltado para um futuro mais seguro, a Guarda Municipal espera que sua nova divisão armada represente um passo significativo na luta contra a violência e na proteção dos cidadãos cariocas.
Para mais informações sobre a Força Municipal e outros assuntos relacionados à segurança do Rio, acesse o site do g1 e acompanhe as atualizações em tempo real.
