O clima é tenso em Brasília com o início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados, acusados de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Em resposta à situação, a Polícia Federal (PF) estabeleceu um esquema especial de segurança, que inclui rotas de escape para proteger os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em caso de imprevistos. Este julgamento é considerado um dos mais significativos da história da Corte, dada sua magnitude e o potencial impacto nas instituições brasileiras.
Medidas de segurança adotadas
A PF está mantendo uma presença policial robusta para garantir a segurança dos membros do STF. Até o momento, não há indicação de riscos concretos, mas as autoridades estão atentas a possíveis ameaças. Ações preventivas foram desenhadas para responder a potenciais invasões por manifestantes ou situações que exijam o desmantelamento de dispositivos explosivos nas proximidades da Praça dos Três Poderes.
O plano de segurança não se limita apenas à proteção pessoal dos ministros. Inclui o fechamento da Praça dos Três Poderes e o deslocamento de tropas da Polícia Militar, do BOPE e do COT da PF para patrulhar a área. Adicionalmente, novos pórticos de detecção de metais foram instalados nas entradas do tribunal, e reforços policiais também foram enviados de outros estados, como Rio de Janeiro e São Paulo, para garantirem um número suficiente de agentes nas proximidades.
Além disso, 30 guardas já estão hospedados nas instalações da Corte desde o início da semana, reforçando ainda mais a segurança. As medidas incluem também o uso de cães farejadores e drones de monitoramento, capazes de realizar varreduras tanto durante o dia quanto à noite. A revista em mochilas está sendo intensificada, assim como o controle de acesso às dependências do STF.
Importância do julgamento
O julgamento de Jair Bolsonaro, agendado para ocorrer ao longo de duas semanas, é considerado um marco na história do Brasil. Este é o primeiro caso em que um ex-presidente é julgado por tentativa de golpe, e o evento ocorre em um momento delicado, com tensões políticas latentes no país. O STF planeja manter as medidas de segurança por mais duas semanas após o julgamento, devido à posse do novo presidente da Corte, ministro Edson Fachin, programada para 29 de setembro.
O contexto desta audiência se torna ainda mais alarmante em meio ao histórico recente de violência e tumultos em Brasília. A proximidade do 7 de setembro, uma data que tradicionalmente atrai manifestações políticas na capital, eleva a tensão. É importante lembrar que episódios como a explosão de um artefato caseiro na Praça dos Três Poderes em 2022 e a ameaça de invasão ao STF em 2021 por apoiadores de Bolsonaro trazem uma conotação de urgência à segurança dos ministros.
Protocolo de segurança em situações de risco elevado
As medidas implementadas pela PF seguem o protocolo de segurança mais rigoroso adotado pelo STF, aplicado apenas em situações de grave ameaça à integridade da Corte. Casos passados como o julgamento do Mensalão também exigiram um nível similar de vigilância, refletindo a seriedade das circunstâncias atuais.
Com todas essas precauções, o STF se prepara para um julgamento que não apenas testará o sistema judicial do Brasil, mas também a estabilidade das instituições democráticas. A sociedade civil e os observadores aguardam ansiosos o desenrolar deste processo, que poderá deixar um legado duradouro na política brasileira.
Casos como este mostram a importância de um Estado de Direito forte e a responsabilidade da Justiça em manter a ordem e a democracia em tempos de crise.