O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou alta de 0,4% no segundo trimestre (abril a junho) em relação ao primeiro trimestre, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (2/9). O resultado representa uma desaceleração na atividade econômica do país, mas ficou levemente acima das expectativas do mercado.
O crescimento trimestral do PIB ficou acima da projeção do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que estimava avanço de 0,3%. Entre os principais setores produtivos, serviços (0,6%) e indústria (0,5%) registraram as maiores altas, enquanto a agropecuária teve leve recuo de 0,1%, sem variação significativa.
Entendendo o desempenho do PIB brasileiro
- O Produto Interno Bruto é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade em um período de um ano, sendo divulgado trimestralmente pelo IBGE.
- Quando há uma alta no PIB, isso indica crescimento econômico; já uma redução revela encolhimento da produção.
- Para 2025, as estimativas do Banco Central apontam crescimento de 2,1%, enquanto o Ministério da Fazenda projeta uma expansão mais otimista, de 2,5%.
- O mercado financeiro estima que o PIB crescerá 2,19% em 2025.
- Em 2024, a economia brasileira cresceu 3,4%, mostrando recuperação após avanço de 3,2% em 2023.
Desaceleração da economia e fatores de influência
Segundo Rebeca Palis, coordenadora da Contas Nacionais do IBGE, o arrefecimento do crescimento “era um efeito esperado a partir da política monetária restritiva (alta dos juros) iniciada em setembro do ano passado.”
“As atividades de Indústrias de Transformação e Construção, dependentes de crédito, são as mais impactadas por esse cenário”, afirma Palis, acrescentando que o setor de serviços é o menos afetado pelos juros elevados.
Em valores correntes, o PIB acumulou R$ 3,2 trilhões entre abril e junho, compostos por R$ 2,7 trilhões referentes ao Valor Adicionado (VA) a preços básicos e R$ 431,7 bilhões de impostos líquidos de subsídios sobre produtos.
A taxa de investimento atingiu 16,8% do PIB no segundo trimestre, acima dos 16,6% do mesmo período em 2024. A taxa de poupança também subiu para 16,8%, ante 16,2% do ano passado.
Crescimento anual e perspectivas
Comparando com o segundo trimestre de 2024, o PIB avançou 2,2%, impulsionado por boas colheitas na agropecuária (10,1%), além de crescimentos de 1,1% na indústria e 2% nos serviços.
“O clima favorável explica as estimativas recordes para safra de milho e soja, refletindo positivamente na agropecuária”, destaca Palis.
Somando os últimos quatro trimestres, o crescimento acumulado é de 3,2%, e no semestre, a alta chega a 2,5%.
Leia também
- Economia
- Economia
- Economia
- Economia
Juros altos e recuo do agro: PIB deve desacelerar no segundo trimestre
Orçamento 2026: projeção de crescimento de 2,44%
Alta de juros pode levar à desaceleração do PIB
Prévia do PIB: IBC-Br mostra recuo de 0,1% em junho
Aguarde novas informações.