Brasil, 2 de setembro de 2025
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PIB brasileiro cresce 0,4% no segundo trimestre de 2025, aponta IBGE

Setor de serviços e consumo das famílias alcançam recordes, enquanto economia desacelera após forte movimento no início do ano

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,4% no segundo trimestre de 2025, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (2). Com esse resultado, a economia brasileira atingiu o maior patamar da série histórica iniciada em 1996, totalizando R$ 3,2 trilhões. Apesar do recorde, a alta representa uma desaceleração em relação ao crescimento de 1,3% registrado nos três primeiros meses do ano.

Desaceleração do crescimento e impacto da política monetária

Segundo a coordenadora de contas nacionais do IBGE, Rebeca Palis, a variação positiva confirma a tendência de desaceleração da economia brasileira. “Era esperado um ajuste, especialmente após o início de uma política monetária restritiva, com juros elevados desde setembro do ano passado”, afirmou Palis. Ela destacou que setores dependentes de crédito, como Indústria de Transformação e Construção, foram mais afetados nesse cenário.

Ainda assim, alguns setores mantiveram crescimento no período. A Agropecuária caiu 0,1%, refletindo uma baixa momentânea, porém, na comparação anual, o setor ainda apresenta alta de 10,1%. “O forte desempenho do primeiro trimestre, impulsionado por colheitas recordes de soja e milho, explica essa retração no segundo trimestre”, explicou Palis.

Setor de serviços bate recorde e impulsiona a economia

O setor de Serviços cresceu 0,6% no segundo trimestre, atingindo novo recorde e contribuindo de forma significativa para o avanço da economia. O destaque ficou por conta de atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados, que avançaram 1,2%. Outros segmentos importantes também tiveram bom desempenho:

  • Informação e comunicação: 1,2%
  • Transporte, armazenagem e correio: 1,0%
  • Outras atividades de serviços: 0,7%
  • Atividades imobiliárias: 0,3%

Já o comércio permaneceu estável, enquanto a administração pública, saúde e educação sofreram retração de 0,4%. Palis ressaltou que o impacto limitado das altas taxas de juros na atividade de informação e comunicação, aliada aos avanços em transporte, principalmente pelo desenvolvimento de softwares e aumento no transporte de passageiros, explicam parte do bom desempenho do setor.

Indústria extrativa e retrações setoriais

A Indústria também contribuiu positivamente, com alta de 0,5%, puxada principalmente pela atividade extrativa, que avançou 5,4%, com destaque para petróleo e gás — responsável por cerca de 80% desse crescimento industrial. No entanto, setores como Eletricidade, água, esgoto, gestão de resíduos, transformação e construção apresentaram queda, variando de -0,2% a -2,7%.

Setor agrícola mantém alta anual, apesar de retração trimestral

Apesar da ligeira retração no segundo trimestre, o setor de Agropecuária continua com forte crescimento na comparação anual, de 10,1%. Segundo Palis, o desempenho excepcional do primeiro trimestre, impulsionado pelo clima favorável e projeções de safra recorde, ajuda a equilibrar os números atuais.

Demanda impulsiona expansão do PIB

Na ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu 0,5%, enquanto o consumo do governo recuou 0,6%. Os investimentos também sofreram retração de 0,2%, reflexo do impacto negativo na construção e na fabricação de bens de capital. Palis destacou que o mercado de trabalho segue robusto, com crescimento de salários e manutenção das políticas de transferência de renda, fatores que sustentam a continuidade do consumo interno.

Quanto ao setor externo, mesmo com sinais positivos na balança comercial, Palis comentou que os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos, sob administração Donald Trump, ainda não impactaram a economia brasileira, mas esse cenário deve ser observado no terceiro trimestre.

Projeções oficiais e expectativas para o restante de 2025

Em maio, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda revisou a projeção de crescimento do PIB para 2,5%, um aumento em relação à estimativa anterior de 2,4%. Segundo o órgão, a resiliência do mercado de trabalho e o crescimento do consumo das famílias sustentam otimismo em relação ao desempenho econômico neste ano.

Para mais detalhes sobre a evolução do PIB, acesse a fonte oficial do IBGE.

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