Antes de se tornar uma das atrizes mais respeitadas de Hollywood, Natalie Portman passou por uma experiência traumática relacionada à sexualização precoce. Aos 13 anos, a atriz relembrou, em um vídeo viral, como recebeu uma carta contendo uma fantasia de estupro, o que a levou a entender os perigos de sua expressão sexual na mídia.
O início da carreira e os obstáculos enfrentados
Desde criança, Portman começou sua trajetória no mundo do entretenimento, sendo descoberta por um olheiro em uma pizzaria de Long Island, aos 10 anos, e estreando no cinema com Léon: The Professional aos 13. Apesar do sucesso, ela enfrentou a brutal realidade de como jovens atrizes são sexualizadas na cultura pop, algo que Brooke Shields também já declarou ter vivenciado.
Discurso de conscientização na Marcha das Mulheres
Em 2018, Natalie pronunciou um discurso emocionante na Marcha das Mulheres em Los Angeles, onde abordou a dupla moral e o assédio sofrido por jovens mulheres, reforçando a importância do respeito e da autonomia sexual. Seus relatos geraram identificação e reflexão entre milhões de pessoas, especialmente em plataformas como o TikTok, onde o vídeo viralizou, acumulando quase 2 milhões de visualizações.
Relato marcante e impacto emocional
A atriz abriu seu discurso recordando a excitação a princípio, ao receber sua primeira fã-cle, mas logo foi atingida por uma revelação que a deixou visivelmente abalada. “Abri minha primeira fã-mail e li uma fantasia de estupro escrita por um homem”, revelou Portman, demonstrando a dor em sua expressão corporal ao compartilhar o episódio.
“Na rádio local, começou a contar-se até meu 18º aniversário como uma espécie de countdown, com comentários euphemísticos sobre minha sexualidade. Sessões de cinema analisaram minha aparência de forma sexualizada”, continuou.
A compreensão da insegurança e a mudança de comportamento
Ela explicou como, aos 13 anos, percebeu que poderia se sentir insegura ao se expressar sexualmente, levando-a a adotar uma postura prudente e reclusa. “Evitei cenas de beijo, falei sobre minha postura nerd e séria para proteger minha integridade”, disse. Essa atitude era uma tentativa de fazer sua voz ser ouvida e de demonstrar que merecia respeito.
A busca por autonomia e a revolução do desejo
Na sua fala, Natalie enfatizou a importância de uma sociedade onde mulheres possam se vestir, falar e desejar livremente, sem medo de violência ou julgamento. “Vamos declarar, alto e bom som, o que queremos, o que precisamos, e transformar o desejo em uma expressão legítima de liberdade”, concluiu.
Repercussão e consciência coletiva
Os comentários nas redes mostram que muitas pessoas se sensibilizaram com suas palavras, reconhecendo a amplitude do problema da sexualização infantil e do assédio. No entanto, também houve comentários inapropriados, o que reforça a necessidade de discutir esses temas abertamente para promover mudanças reais.
Para quem enfrenta situações similares de violência ou assédio, recursos confidenciais estão disponíveis, incluindo o RAINN, a linha de apoio à violência doméstica e organizações específicas para apoiar vítimas masculinas e comunidades indígenas.
“Nosso objetivo é criar um espaço de diálogo, conscientização e transformação social, onde a dignidade e o respeito às mulheres e meninas sejam prioridade”, afirma especialista ouvida por diversos veículos.