O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) compareceu nesta terça-feira ao velório do jornalista Mino Carta, de 91 anos, em São Paulo. Durante a cerimônia, Lula reforçou a necessidade de diálogo e negociação nas relações internacionais, especialmente com os Estados Unidos, e homenageou o amigo jornalista.
Recado sobre diálogo com os Estados Unidos
Lula afirmou que as negociações com o governo americano são essenciais para a soberania do Brasil. “Se o Trump estiver disposto a negociar, o Lulinha Paz e Amor está de volta”, disse o presidente, destacando a presença de ministros e do vice-presidente Geraldo Alckmin nas negociações. “A forma mais responsável e justa de resolver divergências é sentar em torno de uma mesa e conversar.” Ele acrescentou ainda que espera que o presidente Donald Trump perceba a importância do diálogo.
Critérios e respeito às regras
Durante a declaração, Lula voltou a criticar a postura de Trump, que segundo ele, age como um “imperador do mundo”. “Ele não foi eleito para ser imperador, mas para governar os Estados Unidos. Tem direito de criar taxas, mas precisa agir dentro das regras da OMC. O Brasil já recorreu à organização e vai usar todos os mecanismos legais”, afirmou o presidente.
Comentário sobre julgamento de Bolsonaro
Lula também comentou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, iniciado nesta manhã. “Espero que seja feita justiça, respeitando o direito de presunção da inocência. Para que o Brasil conheça a verdade”, ressaltou. O petista reforçou ainda que Bolsonaro tem direito à defesa, assim como ele próprio lutou pelo direito de se defender no seu processo.
Homenagem a Mino Carta e legado no jornalismo
Ao falar sobre Mino Carta, Lula afirmou que, se estivesse vivo, o jornalista escreveria uma “das melhores histórias do que aconteceu” no Brasil nos últimos anos. “As pessoas devem contar os fatos como eles são. Mino denunciou abusos de poder durante a ditadura militar e deu voz às lutas por liberdade”, ressaltou Lula.
Nas redes sociais, o presidente compartilhou uma foto ao lado do fundador das revistas Veja e Carta Capital, destacando a trajetória de Mino Carta na defesa da liberdade de imprensa. “Ele fez história no jornalismo brasileiro, mostrando que a imprensa livre anda de mãos dadas com a democracia”, afirmou.
Reconhecimento e amizade
Na mensagem, Lula lembrou que conheceu Mino Carta há 50 anos e destacou a relação de amizade e companheirismo entre eles. “Eu vim aqui para prestar minha homenagem a um grande companheiro. A gente não escolhe irmão, mas escolhe amigos. E o Mino foi um amigo escolhido”, concluiu o presidente.
Mais detalhes sobre a homenagem, o legado de Mino Carta e o impacto no jornalismo brasileiro podem ser acessados na reportagem do O Globo.
