Julgamento de Jair Bolsonaro no STF: a divisão entre apoiadores e opositores

Na manhã desta terça-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu início ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus. Membros da esquerda se dirigiram à plenária para acompanhar a sessão, enquanto apoiadores do ex-presidente optaram por se reunir em locais distintos e coordenados. A colunista Vera Magalhães reportou que cinco deputados da base de apoio ao presidente Lula estavam presentes no STF, evidenciando a mobilização da oposição.

A presença dos deputados da base de Lula

Os deputados que marcaram presença no STF incluem Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara; Jandira Feghali (PCdoB-RJ); Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ); Fernanda Melchionna (PSOL-RS); e Pedro Uczai (PT-SC). Lindbergh Farias, logo ao chegar, publicou um vídeo no qual reafirmou a gravidade das alegações contra Bolsonaro, argumentando que o que estava em julgamento eram provas concretas de um suposto estímulo aos planos de assassinato político contra figuras como Lula, Alckmin e Moraes. “Esse julgamento é importante para que isso nunca mais aconteça”, afirmou Lindbergh.

Apoio a Bolsonaro em reuniões paralelas

Enquanto isto, o líder da oposição na Câmara, Tenente-Coronel Luciano Zucco (PL-RS), organizou um encontro em sua residência com apoiadores de Bolsonaro. Vestindo uma camisa amarela e verde estampada com o nome do ex-presidente e o brasão do Brasil, Zucco compartilhou vídeos em redes sociais onde declarou: “oposição reunida, não vamos recuar jamais”. Entre os presentes na casa estavam os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-RJ), Ubiratan Sanderson (PL-RS) e outros, demonstrando que o apoio a Bolsonaro se mantém ativo entre seus aliados.

No ambiente familiar, a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro decidiu acompanhar o julgamento ao lado do presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto. Essa presença simbólica busca transmitir uma mensagem de unidade entre os apoiadores de Bolsonaro, em um momento que muitos consideram de isolamento para o ex-presidente.

Família Bolsonaro: apoio em evidência

Na casa do ex-presidente, seus filhos, Carlos e Jair Renan Bolsonaro, estiveram presentes e acompanharam o julgamento por meio de vídeos. Carlos publicou uma mensagem onde exaltou a figura do pai como “inspiração que transcende famílias”, reforçando a ideia de que eles seguem firmes no apoio a Bolsonaro, apesar das gravidades das acusações.

Com a ausência de Eduardo e Flávio Bolsonaro, o encontro segurou a atenção das redes sociais, onde Carlos aproveitou para enfatizar a posição da família: “Obrigado por tudo que representa. Seguimos juntos, firmes e convictos, sempre ao lado da verdade e da liberdade! #BolsonaroFree”.

O que está em julgamento

Bolsonaro é acusado de integrar o núcleo principal de uma suposta organização criminosa que teria planejado impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. O STF dividiu os réus em quatro núcleos e a Procuradoria Geral da República (PGR) coloca Bolsonaro como líder dessa organização, o que pode agravar sua responsabilidade em condenações futuras. As cinco acusações contra Bolsonaro incluem tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa armada.

Calendário do julgamento

O presidente da Turma, ministro Cristiano Zanin, agendou sessões extraordinárias para 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro de 2025. Assim, o julgamento se desdobrará ao longo de várias semanas, garantindo que todas as partes tenham a oportunidade de apresentar suas alegações e argumentos diante do tribunal.

Com essas divisões entre apoiadores e opositores, o julgamento de Jair Bolsonaro no STF não só representa um marco jurídico, mas também evidencia a crescente polarização política no Brasil, onde cada lado busca reafirmar sua posição em um cenário cada vez mais conturbado.