Brasil, 2 de setembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Julgamento de generais vinculados a tentativa de golpe começa nesta terça-feira

Três generais envolvidos em trama golpista têm chances de absolvição; julgamento de dois deles começa hoje.

O dia é decisivo para o destino de alguns dos principais militares envolvidos na tentativa de golpe ocorrida no Brasil. Nesta terça-feira (2), a Justiça dá início ao julgamento de dois generais que, segundo a alta cúpula das Forças Armadas, têm reais chances de serem absolvidos das acusações que pesam contra eles. Ao todo, 20 militares figuram como réus nesse processo, porém apenas três apresentam circunstâncias que permitem uma possível absolvição, na visão dos oficiais consultados.

Acusações e defesas dos generais

Entre os militares com chances de absolvição estão o general da reserva Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e o ex-comandante do Exército Paulo Sérgio Nogueira. Os dois enfrentam acusações graves, como organização criminosa armada e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, que podem resultar em penas de até 43 anos. No entanto, os oficiais acreditam que as provas apresentadas são frágeis e, por isso, consideram que a absolvição é viável.

Fragilidade das provas

A análise dos oficiais aponta que a defesa pode ser colaborativa. No caso de Nogueira, por exemplo, sua defesa destaca que ele não se omitiu em relação à iniciativa de Bolsonaro de implementar a minuta golpista e que, ao contrário, alertou o ex-presidente sobre a inviabilidade de qualquer ação que pudesse tentar desacreditar o resultado das eleições. Durante seu depoimento, Nogueira enfatizou que estava em desacordo com qualquer medida de exceção e que não se negou a divulgar informações sobre a segurança das urnas eletrônicas.

Quanto a Heleno, seu estado de saúde e idade avançada (77 anos) foram apontados como fatores que podem favorecer sua absolvição, além de uma suposta participação menor nos eventos que resultaram nas investigações. Para os oficiais, a evidência contra ele é considerada tão frágil que a absolvição pode ser praticamente garantida se a análise dos fatos ocorrer sob um olhar técnico.

A implicação da “live bomba” no julgamento

Um marco importante nas investigações é a “live bomba” realizada por Bolsonaro em julho de 2021, onde foram divulgadas diversas informações falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, ligou diretamente a participação de Heleno nessa transmissão ao arcabouço do golpe. A acusação é de que essa live foi orquestrada com a intenção deliberada de incitar a insegurança nas eleições, o que contribuiu significativamente para as manifestações golpistas posteriores.

Reuniões e infiltrações

Além disso, ressalta-se que Heleno e sua participação na reunião ministerial do governo Bolsonaro, onde foram discutidas estratégias para monitorar campanhas eleitorais, também tem peso na investigação. Os arquivos apreendidos mostram que ele tinha anotações referentes ao acionamento da Advocacia-Geral da União para facilitar ações que desrespeitariam ordens do Supremo Tribunal Federal. Essas revelações complicam ainda mais a situação dos réus, mesmo que a defesa tente minimizar a responsabilidade deles, alegando que não houve liderança ativa nestas reuniões.

Expectativas para o julgamento

Com o início do julgamento hoje, as expectativas são altas. A absoluta escolha de absolver ou condenar esses generais dependerá da análise da fragilidade das provas e da interpretação legal dos acontecimentos. A repercussão desse caso será fundamental não só para os acusados, mas também para a relação entre as Forças Armadas e a Justiça, além de influenciar o clima político do país nos meses seguintes.

A sociedade brasileira observa ansiosamente, ciente da importância deste julgamento para a democracia e para a estabilidade política do país. Os resultados não afetarão apenas os réus, mas também poderão moldar o futuro das instituições e a credibilidade das Forças Armadas diante das instâncias de governo e do povo.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes