Brasil, 2 de setembro de 2025
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Incêndio em clínica de recuperação no Paranoá deixa 5 mortos

Uma tragédia em clínica de recuperação gerou preocupações sobre condições de segurança e denúncias de maus-tratos.

No último domingo (31), um incêndio devastador na clínica de recuperação de dependentes químicos Liberte-se, localizada no Paranoá, resultou na morte de cinco pessoas e deixou outras 11 feridas. O trágico incidente ocorre em meio a uma série de denúncias que colocam em xeque as condições de segurança e atendimento da instituição, que já havia sido alvo de reclamações por parte de familiares de pacientes.

Denúncias prévias levantam suspeitas sobre a clínica

Uma das mães dos internos havia feito uma denúncia formal à ouvidoria do governo do Distrito Federal no dia 13 de agosto, solicitando a vistoria da clínica. Em sua reclamação, ela mencionou a existência de possíveis irregularidades que precisavam ser verificadas. Embora a vistoria tenha sido realizada, a resposta inicial do governo indicou que a clínica apresentava “boas condições higiênicas e sanitárias.”

A mulher, preocupada com a segurança do filho que estava internado na clínica, decidiu retirá-lo do local na quinta-feira (28), apenas três dias antes do incêndio que resultou em tantas tragédias.

Relatos de maus-tratos e condições irregulares

Além das reclamações feitas à ouvidoria, a mãe do paciente também buscou o Ministério Público do Distrito Federal para relatar os maus-tratos sofridos pelo filho. Neste contexto, uma carta enviada pelo jovem à mãe revelou informações alarmantes, onde ele descreveu a falta de alvará, ausência de extintores e de equipamentos de segurança. “Nesta instituição Liberte-se 3, nem alvará tem. Pois não tem extintor, lâmpadas de emergência e nem placas de sinalização. Isto dá processo”, escreveu.

Na mesma carta, o paciente expressou seu sofrimento, mencionando que era dopado, mantido amarrado e espancado, além de informar que não podia desabafar tudo que queria durante as ligações telefônicas, por medo de represálias.

O incêndio e suas consequências

O incêndio ocorreu na sede da clínica onde cerca de 20 internos estavam presentes. A rápida propagação das chamas resultou em um local trancado e com grades, dificultando a fuga dos pacientes e levando à morte de cinco deles, cujos corpos foram encontrados carbonizados. O incêndio também deixou 11 pessoas feridas, que foram resgatadas e encaminhadas a hospitais do DF com queimaduras e intoxicação por fumaça.

A 6ª Delegacia de Polícia do Paranoá investiga o caso e analisa as causas do incêndio. Informações preliminares indicam que um carregador de celular pode ter sido a fonte do incêndio. Enquanto isso, o Instituto Terapêutico Liberte-se expressou em nota seu pesar pela tragédia e afirmou estar à disposição para esclarecer os detalhes do ocorrido.

Resposta do Ministério Público e ações futuras

No dia seguinte à tragédia, o Ministério Público do Distrito Federal divulgou um comunicado informando que já havia solicitado informações e fiscalizações sobre a clínica antes do incêndio. O órgão reitera seu compromisso em assegurar a responsabilização dos envolvidos, tanto na esfera cível quanto criminal, para que a situação seja plenamente esclarecida e que os responsáveis sejam devidamente punidos.

Reflexão sobre a saúde mental e tratamento de dependentes

Essa tragédia levanta questões fundamentais sobre a segurança nas clínicas de recuperação de dependentes químicos no Brasil. As denúncias sobre as condições precárias e os maus-tratos em instituições como essa não são novidade, mas o incêndio fatal destaca a urgência de uma regulamentação mais rigorosa e fiscalização eficaz para garantir a segurança e o bem-estar dos pacientes.

Enquanto a comunidade lida com a dor das perdas, a necessidade de um debate sério sobre os cuidados necessários para com aqueles que lutam contra a dependência químico se torna cada vez mais evidente. O estado e a sociedade precisam trabalhar juntos para assegurar que incidentes como esse não se repitam, garantindo que todos tenham acesso a um tratamento humano e seguro.

As investigações continuam, e espera-se que lições sejam aprendidas a partir desta tragédia, promovendo mudanças que coloquem a vida e a dignidade dos pacientes em primeiro plano.

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