Brasil, 2 de setembro de 2025
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IBGE revela crescimento tímido do PIB no segundo trimestre

Dados do IBGE indicam desaceleração econômica, com destaque para setor de serviços e sinais de menor consumo

O IBGE divulgou nesta segunda-feira (2) os números do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no segundo trimestre de 2025. O resultado aponta uma variação de 0,2% a 0,5%, indicando uma desaceleração da economia após uma fase de crescimento mais forte no início do ano. Este cenário reflete o impacto da alta da taxa básica de juros e sinais de esfriamento na atividade econômica.

PIB do segundo trimestre: sinais de desaceleração moderada

De acordo com os dados preliminares, o setor de serviços deve ter contribuído de forma robusta para o desempenho, impulsionado pela digitalização e pela expansão dos serviços de TI, transporte, bares e restaurantes. Segundo a economista Juliana Carvalho Trece, em entrevista ao blog da colunista Miriam Leitão, a resiliência dos serviços garante que o crescimento, apesar de mais fraco, permaneça positivo.

Setores industriais enfrentam desafios

Por outro lado, a indústria de transformação e o setor agropecuário mostram sinais de retração. A queda na produção agropecuária após o bom desempenho do primeiro trimestre, puxado por uma supersafra, reforça essa tendência de arrefecimento, corroborando as previsões de uma atividade mais moderada nos próximos meses.

Mercado de trabalho e consumo

No mercado de trabalho, o saldo de novas vagas formais em julho foi de 129.775, uma queda de 32% em relação ao mesmo mês de 2024, quando foram abertas 191.373 postos, segundo o Caged. A criação de empregos continua, mas em ritmo mais lento, refletindo uma desaceleração do consumo de bens e serviços, embora o desemprego ainda esteja baixo e a renda em alta.

Analistas destacam que o aumento da inadimplência de famílias e empresas também sinaliza um desaquecimento, junto com a perda de vigor no mercado de crédito. Apesar dessas dificuldades, o setor de serviços permanece como o principal motor do crescimento, sustentado pela digitalização e pela expansão de mercados de alta tecnologia.

Perspectivas para o segundo semestre

Com a alta da taxa de juros (Selic em 15% ao ano), há dúvidas sobre uma eventual redução dos juros pelo Banco Central neste segundo semestre. Especialistas afirmam que essa política monetária mais restritiva deve continuar resfriando alguns setores da economia enquanto o governo busca controlar a inflação, que atualmente está próxima da meta de 3% ao ano.

O economista Rodolfo Margato, da XP, estima uma alta de 0,3% no PIB do segundo trimestre, ressaltando que os sinais de desaceleração são claros, mas ainda compatíveis com uma estabilidade de atividade, especialmente com o mercado de trabalho resistente.

Expectativas para o restante do ano

Para os próximos meses, a previsão é de que a economia continue mostrando sinais de desaceleração, com a inadimplência crescente e a criação de empregos mais moderada. Ainda assim, o setor de serviços deve contribuir para sustentar números positivos, enquanto a indústria enfrenta dificuldades devido aos juros elevados e à menor concessão de crédito.

Mais detalhes sobre o desempenho da economia brasileira no segundo trimestre e perspectivas futuras podem ser conferidos no artigo do O Globo.

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