Após 14 anos de abandono, a antiga Academia de Tênis, localizada no Setor de Clubes Sul (SCS), às margens do Lago Paranoá, em Brasília, finalmente tem um desfecho judicial. Nesta terça-feira (2), a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) irá julgar o futuro desse espaço que já foi um dos principais locais de lazer e esporte da capital federal. Inaugurada em 1972 pelo médico José Farani, a academia era um empreendimento que combinava áreas comerciais, hoteleiras, culturais e esportivas.
Dívidas e Desacordos
Ricardo Farani, filho do fundador, revelou que o espaço foi vendido por R$ 240 milhões. No entanto, além do valor total, os compradores também se comprometeram a devolver 6 mil m² de terreno à família. Apesar de terem feito o pagamento de uma parte do valor e do sinal do negócio, a família se diz insatisfeita com o que considera uma dívida ainda em aberto.
Em declarações à TV Globo em 2017, um dos empresários envolvidos na compra afirmou que o pagamento já havia sido quitado, tanto pela antecipação do montante quanto pelas indenizações. Contudo, a família Farani continua a reivindicar os valores que acreditam não ter recebido. O conflito gerou um prolongado processo judicial que agora chega a um momento decisivo com o julgamento no STJ.
Um espaço cheio de história
A antiga Academia de Tênis não era apenas um local para a prática de esportes, mas também um símbolo de sofisticação e lazer. Com uma extensão equivalente a 60 campos de futebol, o empreendimento foi um dos primeiros resorts luxuosos do centro da capital. O local abrigava 36 quadras de tênis, 5 piscinas e 250 apartamentos, atraindo frequentadores de várias partes do país.
Proposta de novos empreendimentos
Os compradores do local planejam desenvolver um novo empreendimento imobiliário, o que representa uma mudança significativa para aquela área histórica de Brasília. A expectativa é que a decisão do STJ nesta terça-feira (2) defina se as obras poderão ser iniciadas ou se a antiga Academia de Tênis, mesmo abandonada, continuará sendo um ponto de disputa judicial.
Próximos passos
O relator do caso no STJ é o ministro Raul Araújo. A expectativa é grande por parte de ambas as partes, uma vez que a decisão poderá impactar significativamente o futuro do espaço e o destino das reivindicações da família Farani. Enquanto isso, a população permanece atenta, ansiosa por um desfecho que possa devolver a história desse importante patrimônio da capital federal.
Com o STJ decidido a analisar o caso, a antiga Academia de Tênis se destaca como um exemplo de como interesses econômicos, memória histórica e os direitos das famílias podem se entrelaçar em disputas que se arrastam por anos na justiça.
A Inglaterra é rica em exemplos de conflitos imobiliários que envolvem locais históricos, o que levanta a pergunta sobre como o Brasil lidará com questões semelhantes no futuro. Resta agora aguardar o resultado do julgamento, que promete trazer à luz mais informações sobre o que acontecerá com essa icônica parte da história esportiva de Brasília.
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