Horas antes do início do julgamento que pode levar à condenação de Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado, dois de seus filhos participaram de uma vigília organizada por apoiadores em frente ao condomínio onde ele cumpre prisão domiciliar, em Brasília, na noite dessa segunda-feira (1). Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro, e Jair Renan, vereador por Balneário Camboriú, estiveram ao lado de militantes em oração e discursos em defesa do pai.
O apoio dos filhos em momento decisivo
Jair Renan afirmou ter viajado à capital nesta segunda-feira para estar próximo da família no momento considerado decisivo. “Cheguei hoje a Brasília para estar ao lado do meu pai em mais uma etapa desta ilegal e implacável perseguição”, declarou, recebendo aplausos dos simpatizantes presentes.
Carlos, que se mantém em Brasília desde a semana passada, reforçou a narrativa de injustiça contra o ex-presidente e agradeceu a mobilização dos apoiadores. “O sentimento é de injustiça por tudo que está sendo feito. Vim agradecer a consideração das pessoas com o meu pai. A vida é assim, pessoa com mau espírito é pobre. Deus fará justiça”, afirmou Carlos, falando sobre a situação de Jair e agradecendo a presença dos apoiadores na vigília.
A vigília e a mobilização popular
A vigília contou com cerca de 20 apoiadores, que se concentraram em frente ao condomínio no bairro Jardim Botânico, carregando bandeiras do Brasil, usando camisetas da seleção e segurando cartazes em defesa de Bolsonaro. O grupo entoou hinos religiosos e rezou pela absolvição do ex-presidente, demonstrando o apoio fervoroso de seus seguidores em um momento tão crítico.
Apoiadores na frente da casa de Bolsonaro, em Brasília — Foto: Brenno Carvalho
Conforme se aproxima o dia do julgamento, é evidente que a mobilização dos apoiadores se intensifica. Caravanas de seguidores do ex-presidente chegam a Brasília, demonstrando o quanto a situação está gerando apreensão e expectativa entre os bolsonaristas.
Julgamento e consequências
O julgamento, que começa nesta terça-feira, irá avaliar se Bolsonaro e outros sete réus, incluindo militares, têm responsabilidade em atos considerados como traição à democracia. A expectativa é alta, tanto do lado da defesa quanto da acusação, com implicações que podem ser significativas para o futuro político do ex-presidente.
De acordo com recomendações médicas e jurídicas, Bolsonaro não comparecerá ao julgamento no STF. O ex-presidente continua a apresentar episódios de soluços decorrentes da facada que sofreu em 2018, o que o levou a não estar presente no evento que poderá mudar seu destino político.
Acompanhamento da família no tribunal
Nesta terça-feira, Carlos e Jair Renan devem acompanhar o julgamento ao lado do pai, assim como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Enquanto isso, o senador Flávio Bolsonaro está envolvido em uma sessão no Congresso e o deputado federal Eduardo Bolsonaro se encontra nos Estados Unidos. A presença da família é uma forma de demonstrar apoio e unidade em um momento que promete ser desafiador para todos os envolvidos.
O sentimento de solidariedade dos filhos e a mobilização dos apoiadores refletem a polarização política existente no país. Com atitudes públicas e a manutenção de um discurso que critica o processo judicial, a família Bolsonaro busca não apenas apoio, mas também reafirmar sua posição no cenário político nacional, que continua em ebulição e repleto de incertezas.
À medida que o julgamento se desenrola, a atenção do Brasil se volta para o STF, aguardando ansiosamente decisões que poderão ter repercussões significativas não apenas para Jair Bolsonaro, mas também para o futuro da democracia no país.