Brasil, 2 de setembro de 2025
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Dia da Criação: celebração e reflexão na Igreja Ortodoxa

O Dia da Criação, celebrado em 1º de setembro, promove a união entre cristãos na preservação da natureza e na oração.

O Dia da Criação, comemorado em 1º de setembro, é uma data significativa que une diversas tradições cristãs na reflexão sobre a criação divina e na responsabilidade de cuidar do meio ambiente. Ao longo das décadas, a celebração tem ganhado maior notoriedade, especialmente após a encíclica Laudato Si’ do Papa Francisco, que trouxe à tona questões urgentes sobre a relação do ser humano com a natureza. Mas como essa data se tornou um importante momento de oração e reflexão para os cristãos em todo o mundo?

Origem e significado do Dia da Criação

Embora a celebração do Dia da Criação tenha se tornado popular, a sua origem remonta a um convite feito pela Igreja Ortodoxa em 1989, quando o bispo Ioannis Zizioulas, de Pérgamo, propôs que todos os cristãos se unissem em oração nesse dia. O dia 1º de setembro não apenas marca o início do ano litúrgico ortodoxo, mas também serve como um momento para refletir sobre a criação e a necessidade de proteger o planeta. O Papa Francisco acolheu essa proposta em junho de 2015, formalizando a celebração para a Igreja Católica.

As Filipinas, por exemplo, já promoviam o Dia da Criação desde 2003, quando a Conferência Episcopal do país estimulou ações de reconhecimento da importância do meio ambiente. O então arcebispo Orlando Quevedo destacou em uma carta pastoral a relevância dessa data para a fé católica e a urgência de cuidar da criação divina.

A importância do Dia da Criação para a Igreja e para o meio ambiente

O Dia da Criação é um presente tanto pastoral quanto teológico. Na perspectiva pastoral, o dia se torna uma oportunidade para promover a conscientização sobre a proteção do meio ambiente, especialmente em regiões como as Filipinas, onde os efeitos da mudança climática e da degradação ambiental são particularmente agudos. Com o aumento da frequência e intensidade de desastres naturais, a Igreja vê a necessidade de urgência em restabelecer uma relação saudável entre os homens e a natureza.

Teologicamente, a celebração encontra suas raízes nas liturgias ortodoxas, simbolizando a criação do céu e da terra. Uma reflexão sobre a criação é uma parte fundamental da fé cristã e, como ressaltou o Papa Bento XVI, é crucial compreender a conexão inextricável entre a criação e a redenção. No contexto de 2025, que marcará os 1700 anos do Concílio Ecumênico de Nicéia, a festa ganha uma nova dimensão, ressaltando a importância da divindade de Cristo no ato da criação.

Inovações litúrgicas e o futuro do Dia da Criação

Um marco importante deste ano é a introdução da Missa pro custodia creationis, que oferece um formulário litúrgico específico para a celebração do Dia da Criação. Essa inovadora abordagem permite que os fiéis celebrem a data de maneira mais estruturada e significativa, utilizando textos litúrgicos adaptados para ressaltar a importância da criação. Ao se reunirem em torno da mesa eucarística, os fiéis não apenas celebram, mas também renovam seu compromisso com a preservação do planeta, cantando: “A terra está cheia das tuas criaturas” (Salmo 104, 24).

Com essa nova liturgia, a Conferência Episcopal das Filipinas estimulou todas as paróquias a participar ativamente da celebração, unindo as comunidades em uma missão comum: cuidar da criação e fortalecer os laços entre os cristãos através da oração. A expectativa é que, ao longo dos anos, outras igrejas cristãs também se unam de forma intencional nessa celebração, compartilhando o reconhecimento do grande mistério da Criação em Cristo.

Conclusão: um convite à ação

O Dia da Criação não é apenas uma data no calendário litúrgico; é um chamado à ação conjunta entre cristãos de diferentes denominações. À medida que a atenção se volta para os desafios ambientais e a necessidade de uma convivência harmônica entre o ser humano e a natureza, essa celebração ganha contornos ainda mais urgentes. Que este dia sirva para renovar o compromisso de todos os cristãos em cuidar da criação de Deus e promover um mundo mais sustentável e justo para as gerações futuras.

Dom Gerardo Alminaza é bispo da Diocese de San Carlos e presidente da comissão de pastoral social da Conferência Episcopal das Filipinas.

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