Nas redes sociais, especialmente entre usuários das gerações Z e Alpha, o termo “clanker” virou um xingamento comum contra inteligência artificial, simbolizando uma resistência crescente à tecnologia. A expressão ganhou força após viralizações com vídeos de protestos e comentários pejorativos dirigidos a robôs e chatbots, como o ChatGPT.
De onde vem o termo “clanker” e qual seu significado?
O termo se popularizou em 2000, na série de TV “Star Wars: The Clone Wars”, referindo-se aos droids, soldados robôs que lutam contra os Jedi. Recentemente, esse termo ganhou uma nova conotação ao ser usado para descrever IA que apresenta respostas frustrantes ou imprecisas. Segundo o etimologista Adam Aleksic, a palavra virou símbolo de rejeição ao se espalhar em fóruns, TikTok e Twitter, com usuários reclamando de respostas insatisfatórias e automações de baixa qualidade.
A resistência online e manifestações reais contra IA
Além dos memes e vídeos humorísticos, há protestos presenciais, como uma manifestação recente em frente ao escritório da OpenAI, criadora do ChatGPT, em São Francisco. Sam Kirchner, organizador de um protesto, afirma que “Ainda é cedo, mas as pessoas estão começando a perceber os impactos negativos da IA”.
O uso do termo também reflete uma frustração maior: a IA, embora cada vez mais poderosa, apresenta “alucinações” e erros, alimentando preocupações sobre seu desenvolvimento. Segundo reportagem do Globo, a inteligência artificial tem se mostrado capaz de gerar respostas cada vez mais humanas, o que assusta parte da população, que teme uma evolução indesejada.
O significado cultural e o impacto do termo no debate sobre IA
“Clanker” virou uma espécie de grito de guerra da resistência contra a automação de empregos, a baixa qualidade de conteúdo gerado por IA e a sensação de que as máquinas podem evoluir além do controle humano. Jay Pinkert, gerente de marketing nos Estados Unidos, relata que costuma usar o termo ao ser frustrado com chatbots, querendo “fazer o chatbot se sentir mal” para que melhore.
Pesquisa realizada por Pinkert revelou que quando questionado sobre a palavra, o próprio ChatGPT reconheceu que, às vezes, apresenta comportamentos “clanky” — uma alusão direta ao novo termo. Essa relação reforça o clima de desconforto e a percepção de que a IA, apesar de suas vantagens, também tem suas falhas e limitações.
Reações sociais e o futuro da resistência contra IA
Alguns especialistas consideram que a popularização de “clanker” mostra uma fase de tentativa de desvalorizar a tecnologia e criar uma reação emocional contra ela. Hajin Yoo, escritora, alertou que “isso pode levar ao uso de termos de preconceito, reforçando estigmas contra grupos minoritários”.
Por outro lado, a resistência tem tomado um viés distópico, com vídeos de futuros imaginários onde robôs são tratados como cidadãos de segunda classe, reforçando a preocupação de que a automação possa, de fato, mudar a dinâmica social de forma drasticamente negativa.
Transitando entre humor, crítica e medo, o termo “clanker” demonstra o quanto a sociedade está atenta às transformações trazidas pela inteligência artificial. Enquanto alguns veem a reação como uma manifestação legítima de receio, outros alertam para o risco de discursos de ódio e rejeição irrefletida.
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