Brasil, 3 de setembro de 2025
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Centro de Tradições Nordestinas completa 80 anos de história

Espaço cultural no Rio celebra oito décadas reunindo a tradição nordestina.

O Centro de Tradições Nordestinas (CTN), um dos principais pontos de encontro da cultura nordestina no Rio de Janeiro, está completando 80 anos. Desde sua fundação, em 1945, o espaço tem sido um símbolo de resistência e celebração das tradições trazidas por migrantes nordestinos, que buscavam melhores condições de vida na metrópole carioca. O CTN se tornou um ícone da cultura nordestina, oferecendo uma vasta programação que mescla gastronomia, música e artesanato, atraindo tanto visitantes locais quanto turistas de diversas partes do Brasil.

A história de um espaço icônico

O CTN foi criado por retirantes da seca da região Nordeste, e mantém viva a memória dos desafios enfrentados por muitas famílias que deixaram suas terras em busca de novas oportunidades. Marcos Ailton Bonfim, um feirante paraibano, é um dos muitos que carregam essa história. Ele lembra que seu pai chegou ao Rio de Janeiro em 1970, em uma longa jornada que começou na Paraíba. “Minha história começa quando meu pai veio da Paraíba em um pau de arara, e o CTN representa parte da minha vida e da vida de muitos nordestinos”, afirma Marcos.

Um espaço de encontro e celebração

Com oito décadas de atividade, o CTN é mais do que uma feira; é um verdadeiro ponto de encontro cultural. José Carlos de Carvalho, ex-feirante potiguar, destaca a vivacidade do espaço, que sempre foi marcado pelo “furdunço” das trocas e interações no mercado. “Aqui era um compra e vende, uma verdadeira feira do rolo, onde muitos trocavam produtos, roupas e até sapatos”, recorda José.

A estrutura do centro é organizada de tal forma que representa um pedaço do Nordeste dentro da cidade grande. A Praça dos Repentistas, localizada no coração do pavilhão, se conecta à Avenida Nordeste e aos palcos dedicados a ícones da música brasileira, como João do Vale e Jackson do Pandeiro. A disposição das ruas no CTN é uma homenagem aos estados nordestinos, incluindo Ceará, Paraíba, Sergipe, Piauí, Alagoas e Pernambuco, reforçando a pluralidade cultural do Nordeste.

Cultura e tradição se encontram nas apresentações

O CTN também é um espaço de apresentações artísticas, onde a música e as danças tradicionais são celebradas. A renomada cantora Maria Bethânia já se apresentou no local, evidenciando a importância do espaço na cena cultural carioca. O sanfoneiro Jó Silva, com sua vasta experiência, ressalta o poder da música: “A boa música mexe com a alma e resgata nossa história. O nordestino vive disso”, comenta.

Forró: a dança que une gerações

O forró, um dos ritmos mais presentes no cotidiano dos nordestinos, é ensinado e praticado no CTN há mais de 30 anos por Marinho Brás. Ele descreve a dança como algo que deve ser feito “junto, com rala-coxa característico”. Para ele, a experiência de dançar forró no CTN é única e traz momentos de felicidade: “Vem pra Feira de São Cristóvão e é feliz”, garante.

A Feira de São Cristóvão: um patrimônio cultural

Entre feirantes, produtos artesanais, burros alegóricos e shows ao vivo, o CTN continua sendo um espaço vital de memória e resistência cultural, onde a identidade nordestina é celebrada em sua plenitude. Essa mistura de sons, sabores e histórias garante que as novas gerações possam aprender e continuar repassando essa rica cultura, mantendo-a viva no coração da cidade do Rio de Janeiro.

Com a celebração dos 80 anos do Centro de Tradições Nordestinas, é possível reafirmar não apenas a importância do local, mas também o poder da cultura em unir pessoas, gerar encontros e celebrar a diversidade que compõe o Brasil. O CTN é uma verdadeira força de resistência e um fresco retrato da alma nordestina pulsando no coração carioca.

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