O arcebispo emérito de Nápoles, o cardeal Crescenzio Sepe, será o enviado especial do Papa Leão XIV para as comemorações dos 650 anos da fundação da Metropolia de Halyč, que mais tarde passou a ser conhecida como Lviv dos Latinos. O evento, que ocorrerá em 6 de setembro na Catedral de Santa Maria Assunta, em Lviv, busca relembrar e homenagear a presença da Igreja Católica de rito latino na atual Ucrânia, onde representa cerca de 2% da população.
A missão de esperança do cardeal Sepe
Com uma agenda entre os dias 4 e 8 de setembro, o cardeal Sepe promoverá momentos de oração pela paz, além de se encontrar com autoridades locais, incluindo o prefeito de Lviv. Ele também visitará um hospital, um cemitério de guerra e um centro de acolhimento, reforçando sua mensagem de solidariedade em meio ao conflito armado que afeta o país. Mesmo diante da situação tensa, será lançada a pedra fundamental para uma nova igreja dedicada a Nossa Senhora da Misericórdia.
Em suas declarações, o cardeal destacou a importância de unir as pessoas pela oração e pela esperança. “A Igreja não tem drones nem mísseis. Nossa única arma é a oração, e todos devemos rezar juntos pela paz”, declarou, ressaltando a responsabilidade de transmitir esperança a todos os afetados pela guerra.
O papel da Igreja na Ucrânia
A presença do Papa e do cardeal Sepe, que já manifestou preocupações em relação ao sofrimento do povo ucraniano, mostra o comprometimento da Igreja Católica com a paz na região. O cardeal Sepe revelou que a missão é também uma forma de aproximar o Santo Padre de um povo que passa por momentos tão difíceis. “Recebi um telefonema da Secretaria de Estado nas últimas semanas, anunciando o desejo de Leão XIV de me confiar essa tarefa. Sou um homem idoso, mas imediatamente disse sim, porque cada desejo do Papa é uma ordem”, afirmou em tono brincalhão.
Encontros importantes antes da viagem
Antes de chegar a Lviv, o cardeal Sepe fará uma parada na Polônia, onde se encontrará com o cardeal Stanislao Dziwisz, ex-secretário do Papa João Paulo II. Esta parada é um reconhecimento das interações positivas entre as diásporas polonesa e ucraniana, que historicamente têm se apoiado mutuamente.
A solidariedade da comunidade napolitana
O vínculo entre Nápoles e a Ucrânia é forte, e a diocese napolitana já cedeu igrejas para a celebração de ritos católicos latinos e bizantinos para os ucranianos. Além disso, outra igreja foi destinada aos ortodoxos russos, demonstrando a capacidade de acolhimento entre as diferentes comunidades. “Em Nápoles, criamos uma comunhão entre russos, bielorrussos e ucranianos, e a cidade sempre se mostrou acolhedora para todos”, lembrou o cardeal Sepe.
Esse espírito de unidade é essencial em tempos de crise, e a visita do cardeal Sepe à Ucrânia reforça a mensagem de que a Igreja está ao lado dos que sofrem. Por meio da oração e da ajuda prática, a missão busca promover a paz e a esperança, sendo uma luz em meio à escuridão causada pela guerra.
O evento em Lviv, portanto, é mais do que uma celebração eclesiástica; é um apelo à solidariedade e à unidade em um momento em que o mundo precisa de compaixão e compreensão.
Para mais detalhes sobre a visita do cardeal à Ucrânia, você pode acessar o Vatican News.