Os advogados Celso Vilardi e Paulo Cunha Bueno, que representam Jair Bolsonaro, confirmaram nesta terça-feira que o ex-presidente não comparecerá à segunda sessão do julgamento do núcleo central da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF), marcada para esta quarta-feira. Durante a audiência, os defensores têm a expectativa de fazer a sustentação oral, que é o momento em que devem apresentar os argumentos pertinentes à defesa durante uma hora diante dos ministros da Primeira Turma da Corte.
Saúde debilitada impede comparecimento de Bolsonaro
O advogado Paulo Cunha Bueno, após o primeiro dia do julgamento, comentou sobre a situação de saúde do ex-presidente: “Por enquanto, o presidente não virá. Ele tem uma saúde debilitada, é bastante extenuante uma sessão aqui. A saúde dele hoje não permite. É uma orientação (não vier)”. Segundo ele, a condição de saúde de Bolsonaro foi determinante para que ele não comparecesse à sessão, embora a defesa não tenha descartado a possibilidade de sua presença nas outras fases do julgamento, caso haja uma melhora em seu estado de saúde.
Argumentação da defesa
Bueno também se manifestou sobre as acusações, afirmando que “os elementos de prova são muito carentes e a acusação muito frágil”. Ele acredita que, com base em fundamentos jurídicos sólidos, a denúncia que pesa sobre o ex-presidente é fadada à improcedência. A defesa de Bolsonaro argumenta que as acusações de golpe de estado e as graves implicações legais são, na realidade, “uma narrativa” da Procuradoria-Geral da República (PGR), que tem sua própria agenda política.
Possibilidade de mudança na instância do julgamento
A defesa indicou, ainda, que pode haver uma tentativa de encaminhar o caso para julgamento no pleno do STF, no qual todos os ministros participam, em vez de ser analisado apenas pela Primeira Turma. Celso Vilardi declarou que a ideia ainda está sendo discutida, mas é um passo que pode ser tomado para assegurar uma defesa mais robusta para Bolsonaro.
Expectativas futuras
Além disso, Vilardi comentou sobre como foi a primeira sessão do julgamento do núcleo central da trama golpista, afirmando que “foi como todo o mundo esperava”. As sessões, reconhecidamente intensas e de grande repercussão, não apenas geram debates acalorados, mas também mostram a tensão política que envolve o cenário atual brasileiro. Ele observou que, mesmo com os problemas de saúde que afetam Bolsonaro, a defesa está preparada para responder a cada ponto levantado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Com a saúde debilitada de Bolsonaro e um clima de expectativa e tensão em relação ao desfecho do processo, o julgamento promete ser um marco na política brasileira. O cenário atual é carregado de implicações, que vão além do campo jurídico, tocando em assuntos sensíveis para a democracia e a governança no Brasil.
O acompanhamento da defesa e as estratégias adotadas são cruciais para o resultado que será apresentado e, consequentemente, para as repercussões políticas que poderão ocorrer a partir do veredito. A movimentação dos advogados e o posicionamento da defesa serão fundamentais para entender os próximos passos nesse caso, que continua a atrair a atenção nacional.