O Tesouro Nacional da Argentina afirmou que irá atuar no mercado de câmbio devido à forte depreciação do peso frente ao dólar, que caiu mais de 2% na última terça-feira. A medida ocorre em meio à desaceleração dos ativos do país, influenciada por contratempos políticos e econômicos, pouco antes de uma eleição decisiva no próximo domingo.
Queda do peso e deterioração dos títulos públicos
Além da queda do peso, os títulos do governo para 2035 atingiram 62 centavos, o patamar mais baixo desde abril, segundo dados compilados pela Bloomberg. Nas últimas semanas, o governo de Javier Milei ofereceu juros mais altos e alterou regras de reservas bancárias, tentando estabilizar a moeda, mas sem sucesso até o momento.
Medidas de Milei frente à crise de confiança
O Secretário de Finanças, Pablo Quirno, declarou no X que a intervenção no mercado cambial visa garantir a “liquidez e o funcionamento normal” do sistema. A gestão de Milei enfrenta forte pressão devido a acusações de corrupção, além de um escândalo de suborno envolvendo sua irmã, Karina, que aumentou a instabilidade política e econômica do país.
Fragilidade da confiança dos investidores
Walter Stoeppelwerth, diretor de investimentos da Grit Capital Group, aponta que o episódio evidencia a fragilidade da confiança dos investidores, mesmo após pouco mais de 18 meses na presidência de Milei. Segundo ele, o atual ciclo eleitoral é visto como um referendo sobre o desempenho do governo até agora.
Desafios eleitorais e estratégia de Milei
Outro revés ocorreu nas eleições na província de Corrientes, onde o candidato apoiado pelo governo ficou em quarto lugar, reforçando os temores de que a estratégia de Milei de disputar sem formar alianças possa ser prejudicial. A expectativa agora está na eleição de Buenos Aires neste domingo, que abriga quase 40% da população argentina e costuma votar no movimento peronista.
Perspectivas para o próximo domingo
Os resultados de Buenos Aires serão um importante termômetro para o cenário eleitoral nacional em outubro, quando toda a Argentina irá às urnas para renovar uma significativa parte do Congresso. Analistas avaliam que, apesar dos obstáculos a curto prazo, o cenário para os ativos do país permanece positivo devido às reformas econômicas implementadas por Milei.
Segundo estrategistas do Morgan Stanley, as eleições representam um desafio imediato para a economia, mas não minam o potencial de crescimento e de valorização dos ativos argentinos a médio prazo.
Para mais detalhes, acesse a fonte.