Brasil, 2 de setembro de 2025
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Advogado de almirante Garnier declara apoio a Bolsonaro em julgamento

No último julgamento realizado no Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado Demóstenes Torres fez declarações polêmicas em defesa do almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha. Durante sua fala, ele afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pode contar com ele para levar “cigarro” em qualquer lugar, uma declaração destinada a enfatizar seu apoio ao líder político.

Palavras de apoio a Bolsonaro

Demóstenes, reconhecido por sua atuação na defesa, destacou seu apreço não só por Garnier, mas também por Bolsonaro, dizendo que provavelmente era a única pessoa no Brasil a nutriar sentimentos tão positivos por ambos. Ele dedicou 22 minutos de sua fala, de um total permitido de uma hora, a elogiar os ministros do STF e a fazer comentários que, aparentemente, não estavam diretamente relacionados ao caso de Garnier.

“Ele parou naquele lugar que passa o Raio-X e ‘tals’, olhou, me viu, voltou correndo e me deu abraço, dizendo: ‘Senador, para mim não aconteceu nada. Se Bolsonaro precisar de eu levar cigarro em qualquer lugar, conte comigo. Ele é uma pessoa que eu gosto’”, declarou Demóstenes ao relembrar um encontro com Bolsonaro em um aeroporto, logo após o fim de sua atuação na política.

Elogios no STF e questões controversas

Durante sua defesa, o advogado não pôde deixar de elogiar outros ministros do STF, como Cristiano Zanin, a quem considera uma referência em sua carreira. Além disso, fez menções a Luiz Fux, evidenciando o respeito que possui pelo trabalho dos magistrados. Entretanto, suas declarações não vieram sem controvérsias, especialmente no que tange ao apoio implícito a um ex-presidente que enfrenta sérias acusações.

A defesa do almirante Garnier ocorre em um contexto onde o ex-comandante é acusado de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado, especialmente após a derrota eleitoral de Bolsonaro. A Procuradoria-Geral da República (PGR) alega que Garnier estaria diretamente vinculado a um plano que visava desestabilizar a democracia no Brasil.

A relação entre Garnier e o golpe de Estado

A PGR, liderada pelo procurador Gonet, salienta que o almirante não foi apenas um espectador, mas participou ativamente da discussão sobre a ruptura democrática dentro das Forças Armadas. Gonet apontou que anotações relacionadas ao general Augusto Heleno corroboram a alegação de que Garnier nutria interesses golpistas, mesmo sabendo que as eleições foram realizadas com lisura.

O procurador expressou que a certeza da impossibilidade de reverter o resultado eleitoral por vias legais levou a uma articulação criminosa dentro das instituições. Ele observou que, enquanto outros comandantes mostravam receio diante da ideia de um golpe, Garnier não apenas apoiou, mas se posicionou como um aliado próximo de Bolsonaro, disposto a fornecer tropas em apoio a medidas autoritárias.

Consequências e reflexões

As afirmações de Demóstenes e as acusações direcionadas a Garnier geram uma reflexão sobre os laços entre política e militarismo no Brasil contemporâneo. O apoio declarado por uma figura pública à uma liderança contestada como Bolsonaro levanta questões sobre a integridade das instituições democráticas e o papel das Forças Armadas na política nacional.

Com o desdobramento desse caso no STF, ainda há muito a se discutir acerca do futuro político do Brasil e da relação entre a justiça e aqueles que, em algum momento, estiveram em posições de poder. É um momento crucial para que a sociedade brasileira esteja atenta ao que pode representar essa linha tênue entre a defesa de um ex-presidente e as alegações de uma tentativa de golpe.

Enquanto o julgamento prossegue, a tensão entre os que defendem a ordem democrática e aqueles que possível desejam a sua subversão permanecerá em evidência. Todos os olhos estão voltados para o STF, esperando que a justiça prevaleça num momento tão delicado da política nacional.

 

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