Nos Estados Unidos, diversos elementos da política despertam críticas, mas a normalização de certos comportamentos e sistemas acaba obscurecendo sua natureza quase autoritária e injusta. Recentemente, membros da comunidade do BuzzFeed compartilharam opiniões sobre esses aspectos que, embora ilegítimos ou problemáticos, se tornaram parte do cotidiano político.
Presidentes que fazem leis por decreto
Um ponto destacado é a prática de o presidente criar leis por meio de ordens executivas, sem passar pelo Congresso ou por processos legais tradicionais. Segundo opinantes, isso representa uma distorção grave do sistema democrático, que deveria exigir debates e votação parlamentar para mudanças legais.
Lobbying como forma de corrupção legalizada
Outra questão é a legalização do lobby, entendido por muitos como uma forma de suborno disfarçado. Essa prática dá voz desproporcional às corporações e grupos de interesse, prejudicando a representação popular.
O duopólio político e a ilusão de opções
O domínio do Partido Democrata e do Partido Republicano
Vários submissions destacam o monopólio de fato de dois partidos principais, criando uma eleição entre ‘menos pior’ e limitando a pluralidade política. A ausência de opções reais para os eleitores é vista como uma falha fundamental da democracia americana.
Medios de comunicação de direita e disseminação de fake news
Permitir que veículos de direita propaguen mentiras, sob o pretexto de liberdade de expressão, é apontado como um problema distópico. Essa prática alimenta a polarização e deslegitima a mídia responsável.
Desigualdade na votação e o papel do Colégio Eleitoral
O sistema do Colégio Eleitoral, herança escravista, faz com que votos em estados como Wyoming tenham peso desproporcional em relação a estados como Califórnia. Além disso, o fato de os eleitores não serem obrigados a seguir a vontade popular reforça a desigualdade na representatividade.
Higher requirements for military service than for president
Outro ponto impressionante é que, para servir nas forças armadas, há requisitos mais rigorosos do que para se candidatar à presidência, o que evidencia uma inversão de prioridades e uma possível desvalorização do serviço militar.
Benefícios desproporcionais para políticos e líderes
Congressistas, por exemplo, possuem acessos a um sistema de saúde superior ao do povo que representam. Essa disparidade denuncia uma desconexão entre os políticos e a população.
O líder mundial que posta ataques na internet
O comportamento de figuras de destaque, como ex-presidentes, posting rants e ataques insultuosos nas redes sociais, é considerado uma distopia na forma de liderança, que deveria ser responsável e exemplar.
Ausência de poder real do povo
Outra perspectiva considerada distópica é a sensação de total impotência do cidadão comum. Votar muitas vezes não altera o funcionamento do sistema, pois os representantes tendem a votar em seu próprio interesse, e mecanismos de fiscalização ou impeachment são considerados insuficientes ou ineficazes.
Tensão e violência institucionalizada
Casos de militares no controle das ruas, tentativas de golpe, e a incapacidade de aplicar leis que limitariam ações autoritárias são apontados como sinais alarmantes de uma distopia potencial em construção.
Voto de presidentes condenados ou com denúncias graves
A possibilidade de candidatos com associações criminosas ou acusações graves, como Trump, concorrerem e na prática serem eleitos, reforça uma crise de valores e ética na política americada.
Polarização extrema e cultura de guerra política
A exacerbação de ideologias, tratamento da política como esporte e campanhas de difamação são apontadas como fatores que transformaram o debate político em uma arena de hostilidade e divisão profunda.
Discurso de ódio e manipulação na campanha
A prática de campanhas difamatórias sem base factual, com uso de publicidade enganosa, reforça a sensação de um sistema que privilegia o poder e a manipulação acima da verdade.
História distorcida e culto à personalidade
Finalmente, a edição ou omissão de fatos históricos, como a tentativa de apagar o papel da escravidão ou a exaltação de líderes controversos, revela uma distopia cultural que influencia a narrativa oficial e a educação.
Esses exemplos ilustram uma reflexão inquietante: muitas dessas condições, consideradas normais nos EUA, evidenciam um cenário de desigualdade, manipulação e autoritarismo disfarçado. A sociedade precisa questionar e reavaliar esses aspectos para evitar que se tornem ainda mais enraizados.