O presidente Donald Trump anunciou na última semana a sua intenção de permitir a entrada de 600 mil estudantes chineses nos Estados Unidos, gerando forte reação contrária de seus apoiadores e figuras do movimento MAGA. A medida contrasta com suas ações anteriores de restrição e tarifas elevadas contra Pequim, num momento de intensas negociações comerciais entre os países.
Reações do movimento MAGA à decisão de Trump
Supporters de Trump, como a deputada Marjorie Taylor Greene, criticaram duramente a medida, alegando que ela abandona a política de “America First”. Greene afirmou no Twitter: “Por que estamos permitindo 600 mil estudantes da China, que podem ser leais ao Partido Comunista, ocuparem oportunidades nos nossos universidades?”
Outro apoiador, Laura Loomer, chegou a usar o Twitter para classificar os estudantes chineses como “espionagem comunista” e associá-los à origem do coronavírus, alimentando discurso anti-asiático e de xenofobia. Loomer escreveu: “Ninguém quer mais 600 mil estudantes chineses, que na verdade são espias comunistas, nos EUA.”
Contradições na política de Trump e o impacto econômico
Supostos benefícios econômicos defendidos por apoiadores
Na sua coletiva na Casa Branca, Trump explicou que a decisão visa manter os estudantes de elite chineses nos EUA, argumentando que, sem eles, as melhores universidades poderiam sofrer perdas. Ele afirmou: “Se não permitirmos esses estudantes, nossos maiores centros acadêmicos vão ficar vazios, e as instituições mais fracas acabarão fechando.”
O secretário de Comércio, Howard Lutnick, defendeu a medida numa entrevista, dizendo que ela reflete uma lógica econômica “clássica Donald Trump”, ao sugerir que a presença de estudantes de elite é fundamental para a manutenção da competitividade das universidades Americanas.
Repercussão pública e expectativas futuras
De acordo com analistas e opositores, a decisão de Trump de abrir as portas para chineses contraria sua narrativa de combate ao comércio desleal de Pequim, que inclui tarifas elevadas e restrições a estudantes ligados ao regime. A resistência de apoiadores mais radicais revela a divisão interna no movimento MAGA, onde alguns veem a medida como uma traição aos princípios de defesa nacional.
A Casa Branca ainda não se pronunciou oficialmente sobre as críticas, mas a controvérsia evidencia o embate entre interesses econômicos e a retórica protecionista que marcou sua gestão. O impacto dessa política poderá moldar as próximas negociações entre EUA e China, enquanto o debate sobre imigração e segurança permanece em evidência na política americana.