Brasil, 4 de setembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Trump enfrenta críticas na base MAGA ao permitir entrada de 600 mil estudantes chineses

Decisão de Trump de abrir as portas para estudantes chineses gera revolta entre apoiadores do movimento MAGA, que veem como traição ao senso “America First”.

O ex-presidente Donald Trump anunciou nesta semana a permissão de entrada de 600 mil estudantes chineses nos Estados Unidos, contrariando sua política de restrição de imigração e de combate à influência chinesa. A medida vem após o aumento de tensões comerciais e de segurança com Pequim, que marcaram seu mandato.

Reversão de postura em meio a críticas internas

Durante entrevista na Casa Branca, Trump afirmou que “é muito importante” permitir a entrada desses estudantes, ressaltando a necessidade de “se dar bem com a China”. Essa decisão contrasta com ações anteriores de seu governo, como a revogação de vistos de estudantes chineses ligados ao Partido Comunista e a aumento de tarifas comerciais contra Pequim.

Em maio, o secretário de Estado na época, Marco Rubio, anunciou que os EUA adotariam uma linha mais rígida, visando “colocar os interesses americanos em primeiro lugar”, incluindo a revogação de vistos a estudantes ligados às autoridades chinesas e de áreas consideradas estratégicas, como tecnologia e defesa.

Reação da base MAGA: críticas à mudança de eixo

Porém, a decisão de Trump de acolher os estudantes chineses frustrou setores conservadores e apoiadores do movimento “America First”. A apresentadora Laura Ingraham, da Fox News, questionou durante entrevista ao secretário de Comércio, Howard Lutnick, a lógica de permitir esses estudantes enquanto o próprio Trump defendeu restrições.

“Senhor secretário, com todo respeito, como permitir 600 mil estudantes de um país comunista como a China se encaixa na ideia de colocar os Estados Unidos em primeiro lugar?”, questionou Ingraham. Lutnick explicou que a decisão se baseia numa “visão econômica racional” e que os estudantes chineses que estudam nas melhores universidades americanas poderiam, após a formatura, contribuir para o crescimento do país.

Reações nas redes sociais: medo e xenofobia

Nas redes sociais, apoiadores preocupados com a segurança nacional e o combate ao comunismo criticaram a entrada maciça de estudantes chineses. A deputada Marjorie Taylor Greene (R-Ga.) afirmou que “não podemos permitir que 600 mil estudantes da China substituam oportunidades de estudantes americanos”, defendendo a priorização de formação técnica.

Outro apoio de Trump, a ativista de direita Laura Loomer, foi mais dura: ela chamou os estudantes chineses de “espécies de espiões comunistas” e sugeriu que a China teria sido responsável por liberar o coronavírus — narrativa que alimentou o aumento de crimes de ódio contra asiáticos. “Ninguém quer mais 600 mil estudantes chineses, que são espiões comunistas, nos Estados Unidos”, escreveu Loomer, fazendo um paralelo à pandemia.

Críticos também apontam a incoerência da postura de Trump, já que ele havia acusado a China de “roubar empregos americanos”, enquanto agora acolhe seus estudantes. Um usuário na plataforma X (antigo Twitter) comentou: “Ele fala de roubo de empregos, mas abre as portas para esses estudantes, como se fosse um concierge de hotel querendo gorjeta — é hipocrisia pura.”

Sem resposta oficial do governo

Até o momento, o Escritório de Imprensa da Casa Branca não se pronunciou oficialmente sobre a medida. Especialistas e apoiadores do movimento MAGA continuam atentos às próximas ações de Trump, que busca equilibrar interesses econômicos e políticos em um cenário altamente polarizado.

A decisão de permitir o ingresso de estudantes chineses, ainda que estratégica do ponto de vista econômico, reforça as divisões internas na base que apoiou Trump durante sua presidência, evidenciando a complexidade da sua relação com o nacionalismo e o crescimento da influência de Pequim.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes