O estado de São Paulo ocupa a liderança no ranking de inovação no Brasil, segundo o Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (Ibid) divulgado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Com uma nota de 0,872 em uma escala de 0 a 1, São Paulo apresenta quase três vezes a média nacional, que é de 0,296.
Descentralização na inovação brasileira
Apesar da liderança paulista, o índice revela uma “leve desconcentração” da inovação no país. Desde 2014, quando o índice passou a ser calculado, São Paulo sempre foi o primeiro colocado, mas estados como Santa Catarina e Paraná vêm avançando significativamente. Em 2025, Santa Catarina alcançou nota 0,449 e Paraná, 0,413, colocando-se na segunda e terceira posições, respectivamente.
Segundo o relatório do INPI, o desempenho de Santa Catarina e Paraná mostra uma redução de seis pontos percentuais na distância em relação a São Paulo desde 2015. A média de todas as unidades federativas aumentou de 28% para 29% em relação ao líder, indicando uma tendência de acomodação do desenvolvimento inovador em outras regiões.
A disseminação da inovação no país
O economista-chefe do INPI, Rodrigo Ventura, destacou que a última década evidencia uma “nova geografia da inovação brasileira”. Ele explica que a inovação deixou de ser exclusividade de grandes centros urbanos e se espalhou por outras regiões, impulsionando o empreendedorismo e a criação de polos de startups em todo o Brasil.
“A inovação deixou de ser exclusividade dos grandes centros e se espalhou para outras regiões, atraindo investimentos e impulsionando novos negócios. Estamos vendo o avanço do empreendedorismo e o surgimento de polos de startups em todo o Brasil, fortalecendo esse processo de desconcentração produtiva”, afirmou Ventura.
Metodologia e contexto internacional
O índice avalia fatores como instituições, capital humano, infraestrutura, economia, negócios, conhecimento, tecnologia e economia criativa. Ele integra quesitos relacionados a crédito, investimentos, educação e sustentabilidade, sob coordenação do INPI, vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).
Internacionalmente, o Ibid é inspirado no Índice Global de Inovação (IGI), da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI). Na edição de 2024, o Brasil ocupa a 50ª posição entre 133 países, uma melhora de 20 posições desde 2015. Apesar de uma leve retração em 2024, o país permanece como a nação mais inovadora da América Latina, à frente de Chile (51º) e México (56º).
Perspectivas para o futuro
O avanço na inovação regional demonstra uma tendência de fortalecimento de polos emergentes no Brasil, o que pode contribuir para uma maior competitividade do país no cenário global. Ainda assim, o estudo sinaliza a necessidade de investimentos continuados em educação, infraestrutura e ambientes regulatórios favoráveis para consolidar essa desconcentração.
Para mais informações, acesse o relatório completo da Agência Brasil.