Brasil, 2 de setembro de 2025
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RP Mobi cancela contrato com banco suspeito de lavar dinheiro

Contratação da fintech BK foi encerrada após investigações sobre lavagem de dinheiro ligada ao PCC

A situação envolvendo o empresário Valdemar de Bortoli Júnior, da distribuidora Rede Sol Fuel, se agravou com as investigações que revelam um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao crime organizado. O contrato da RP Mobi com a fintech BK, uma das instituições citadas nas apurações, foi encerrado. O desdobramento levanta questões sobre a influência do Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis e a transparência das transações financeiras no Brasil.

O esquema de lavagem de dinheiro

As investigações detalham um esquema complexo que envolve o setor de combustíveis e que supostamente movimentou bilhões de reais. Valdemar de Bortoli Júnior é suspeito de estar ligado à utilização da Rede Sol Fuel em fraudes que possibilitaram a lavagem de ao menos R$ 30 milhões em notas comerciais através de fundos de investimento. Essa prática pretendia ocultar a origem criminosa dos valores, inserindo-os no sistema financeiro.

Os investigadores descobriram que o esquema tinha início na importação de produtos químicos usados na adulteração de combustíveis. Para isso, ao menos cinco usinas localizadas no interior de São Paulo foram adquiridas para abastecer a rede criminosa.

O impacto da corrupção no setor de combustíveis

A continuidade do esquema foi sustentada com a colaboração de várias empresas, incluindo a Duvale, também baseada em Jardinópolis. A empresa teria atuado no fornecimento de combustíveis para postos de gasolina que estavam envolvidos com o PCC. As autoridades estão concentradas nas práticas de uma fintech que, aparentemente, facilitou a movimentação de dinheiro sujo sem qualquer tipo de rastreamento.

Investigação da Receita Federal

Segundo Márcia Meng, superintendente da Receita Federal em São Paulo, o uso de contas em fintechs permitiu que pessoas envolvidas em atividades criminosas movimentassem grandes quantidades de dinheiro sem a devida transparência. A BK, nome relacionado a esse esquema, foi alvo de mandados de busca e apreensão nos últimos dias, e há evidências de que nos últimos cinco anos, a fintech movimentou mais de R$ 46 bilhões relacionados ao crime organizado.

A resposta da RP Mobi e da prefeitura

Nesta segunda-feira (1º), a RP Mobi anunciou o cancelamento do vínculo com a fintech BK. A decisão foi divulgada em um comunicado no Diário Oficial, tendo em vista as apurações em andamento. A prefeitura de Ribeirão Preto reafirmou que, apesar do encerramento do contrato, a RP Mobi não está sendo investigada quanto a práticas de lavagem de dinheiro.

Com este descredenciamento, a administração pública busca dissociar-se de quaisquer associações negativas que possam impactar sua reputação e credibilidade, especialmente em tempos de escândalos financeiros que ameaçam a confiança pública em instituições e serviços essenciais.

Como os problemas financeiros afetam consumidores?

As investigações apontam que o desvio de cargas de metanol torna os combustíveis oferecidos perigosos aos consumidores, representando riscos consideráveis à saúde e à segurança pública. Neste cenário, um grande desafio é garantir que os produtos comercializados sejam seguros e legítimos, apesar das tentativas de fraudes e adulterações que acontecem nos bastidores.

Uma análise de operações anteriores, como a chamada operação Boyle, permitiu mapear o fluxo de dinheiro sujo e identificar conexões com empresas de fachada. A preocupação em relação à segurança dos combustíveis está relacionada não apenas à qualidade dos produtos, mas também à possibilidade de produtos adulterados contaminarem a economia local e o sistema de saúde pública.

Próximos passos nas investigações

A continuidade das investigações é crucial para desvendar todos os envolvidos e trazer à luz a totalidade do esquema de lavagem de dinheiro que compromete o setor de combustíveis. As autoridades estão ampliando as colaborações com diversas agências regulatórias e perseguindo outras frentes de investigação que possam revelar a extensão do crime organizado no Brasil.

Espera-se que essa crise sirva de alerta tanto para as autoridades quanto para os consumidores, destacando a importância de um sistema financeiro transparente e responsável. O cancelamento do contrato da RP Mobi com a fintech BK é somente um passo em direção à responsabilização dos envolvidos, no entanto, o desafio de erradicar práticas ilegais ainda persiste.

As investigações sobre o envolvimento do PCC e de outras organizações criminosas no setor de combustíveis devem continuar a ser uma prioridade para as autoridades brasileiras. É necessário garantir que todas as ações sejam tomadas para proteger tanto a economia quanto a segurança da população.

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