O ex-jogador de futebol Robinho, condenado a nove anos de prisão por estupro na Itália, encontrou uma nova função inusitada em sua vida na penitenciária P2 em Tremembé, São Paulo: ele se tornou técnico de futebol dos detentos. A revelação foi feita durante uma entrevista do jornalista e escritor Ullisses Campbell, autor do livro Tremembé, o Presídio dos Famosos, no canal do YouTube Inteligência Ltda..
O time de futebol dos presos
Na entrevista, Ullisses detalhou que os detentos do presídio têm um time chamado Tremembé Esporte Clube, que organiza partidas entre diferentes grupos de prisioneiros, divididos em categorias como “assassinos” e “estupradores”. Robinho agora treina uma dessas equipes, o que levanta questões sobre as dinâmicas dentro do sistema prisional e os privilégios concedidos a prisioneiros famosos.
Privilégios dos detentos famosos
Segundo Campbell, os presos que possuem algum tipo de notoriedade costumam receber tratamentos diferenciados, o que inclui a possibilidade de ingressar em atividades especiais, como o esporte. Além disso, Ulisses destacou um aumento significativo no número de visitas aos detentos desde a chegada de Robinho à unidade prisional. “Uma coisa incrível que aconteceu depois que o Robinho foi para lá é que o número de visitas aumentou em 30%, porque os parentes dos visitantes querem ir lá para ver o Robinho”, declarou.
Esta movimentação demonstra a influência que personalidades públicas podem ter até mesmo em ambientes como presídios, gerando interesse e expectativas entre familiares e amigos dos detentos.
A condenação de Robinho
Robinho foi condenado por sua participação em um estupro coletivo, ocorrido em uma boate em Milão, na Itália. A Justiça italiana sentenciou o ex-jogador a nove anos de prisão, decisão que foi homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no Brasil, permitindo que ele cumpra a pena em território nacional. A prisão de Robinho foi realizada em 21 de março de 2024, após a Justiça brasileira acolher a decisão de seus colegas italianos.
Durante as investigações do caso, o Ministério Público italiano interceptou uma série de telefonemas entre Robinho e outros condenados, coletando provas importantes que levaram à sua condenação.
Decisão do STF sobre a prisão
Na última quinta-feira (28), o Supremo Tribunal Federal (STF) se pronunciou favoravelmente a manter Robinho preso, rejeitando um pedido de habeas corpus apresentado pela defesa do ex-atleta. A decisão solidifica a posição da Justiça em relação à gravidade dos delitos pelos quais ele foi condenado.
A situação de Robinho, sua nova posição como técnico dentro de um presídio e as implicações disso geram debates sobre a justiça, os direitos dos presos e os possíveis privilégios que celebridades podem desfrutar mesmo em condições adversas.
Essa história levanta questões cruciais sobre o sistema penal brasileiro, o tratamento dispensado a prisioneiros famosos e as nuances que cercam o tema da recuperação e reintegração social de detentos. A presença de figuras conhecidas como Robinho em penitenciárias não apenas atrai a atenção do público e da mídia, mas também provoca discussões sobre a ética e a justiça em relação ao tratamento de pessoas que cometeram crimes graves.
Enquanto Robinho se adapta à sua nova vida como treinador de futebol dentro do sistema prisional, a sociedade observa com ceticismo e curiosidade, ponderando sobre os limites das segundas chances e o papel do esporte na reabilitação.