As maritacas, aves conhecidas por sua beleza e por formarem bandos barulhentos, têm se tornado um verdadeiro problema para os agricultores de jabuticaba em Casa Branca, São Paulo. Apesar de serem admiradas pela sua coloração vibrante, essas aves, adoradoras de frutas, têm causado sérios danos às plantações, forçando os produtores a encontrarem diferentes métodos para espantá-las e preservar a colheita.
A luta contra as maritacas
No pomar da agricultora Priscila de Oliveira Fargan, as estratégias para afastar as maritacas se tornaram essenciais. “Durante o período de frutificação, tenho dois empregados que ficam batendo em baldes e usando uma caixa de som que reproduz barulhos de fogos de artifício e gritos de gaviões. Essas aves não apenas consomem as frutas, mas muitas vezes derrubam os pés inteiros”, explica Priscila, de 44 anos. O inverno, quando as frutas são escassas, aumenta a preocupação, já que a safra principal ocorre entre agosto e setembro.
As tentativas de espantar as aves incluem não só buzinas e barulhos de tambores, mas também métodos tradicionais que têm sido passados por gerações. “Essa luta não é apenas minha. Veja, na região, quem cultiva girassóis, café e cana-de-açúcar também sofre com a praga”, relata Priscila.
Desafios para a comunidade agrícola
Andressa Fargan, prima de Priscila e também produtora rural, confirma que a situação é semelhante em sua propriedade. “Aqui também usamos buzinas e fazemos barulho com latas. As maritacas são complicadas. Assim que conseguimos espantar elas de um lugar, imediatamente se mudam para o pomar vizinho”, diz. Apesar dos esforços, a luta contra as maritacas continua a desafiar os agricultores, que se veem em uma corrida constante para proteger suas colheitas.
Impacto econômico da jabuticaba
Apesar das dificuldades impostas pelas maritacas, a produção de jabuticaba em Casa Branca é um setor que gera significativos frutos econômicos. A cidade, conhecida como a capital estadual da jabuticaba, consegue movimentar cerca de R$ 20 milhões durante a safra. De acordo com a Prefeitura, mais de 1,5 mil empregos diretos e indiretos são gerados na época da colheita, refletindo a importância da fruta para a região.
Os agricultores da região trabalharam arduamente para que suas famílias pudessem herdar não apenas a tradição, mas também o cultivo da jabuticaba. As técnicas evoluíram com a introdução de novos sistemas de irrigação que agora permitem uma colheita mais estável e ao longo do ano, garantindo uma produção média de 500 toneladas por ano.
O futuro da colheita de jabuticaba
Enquanto a família Fargan continua a se adaptar às novas realidades da agricultura moderna, a paixão pela jabuticaba e pela própria produção continua. “Meu avô começou tudo isso, e é bom ver como avançamos. Mesmo com as maritacas, a gente não perde a esperança e sempre busca alternativas para melhorar a colheita”, finaliza Priscila, demonstrando a resiliência e o amor pela terra que caracteriza os agricultores da região.
A batalha contínua contra as maritacas destaca a importância do comprometimento e da inovação no campo, entregando não apenas resultados econômicos, mas uma rica herança cultural que vale a pena ser preservada. Casa Branca, com sua charmosa jabuticaba, continuará a atrair olhares e corações, mesmo diante dos desafios apresentados pela natureza.
Para mais informações sobre a luta dos agricultores de Casa Branca contra as maritacas, você pode conferir a história completa [aqui](https://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2025/09/01/video-buzinas-e-tambores-sao-usados-para-evitar-que-maritacas-devorem-plantacoes-de-jabuticaba.ghtml).