A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, na manhã desta segunda-feira (1º), Diogo da Silva Marques, conhecido como Diogo Marley, suspeito de ser o mandante do ataque que resultou na morte de Bianca Villaça, baleada com 13 tiros em Sulacap, na Zona Oeste da capital. Bianca estava internada desde o dia 20 de agosto em estado grave e, infelizmente, não resistiu aos ferimentos.
A investigação por trás do crime
O crime aconteceu em um contexto de cobranças violentas. De acordo com a Delegacia de Homicídios da 33ª DP (Realengo), Diogo Marley é um agiota e estava pressionando Bianca por dívidas que ela nunca soube exatamente qual era. As investigações revelaram que ele fez ameaças constantes à vítima durante semanas, culminando em um ataque brutal que acabou por tirá-la da vida.
Ameaças e intimidações
As ameaças de Diogo eram frequentes e deixavam clara a sua intenção de receber o que considerava ser seu. Em mensagens trocadas entre os dois, Diogo não apenas reitera a cobrança de juros, mas também estabelece prazos e ameaça enviar cobradores para pressionar Bianca. Uma das mensagens que mostram essa agressividade foi enviada em julho, onde ele ameaçava: “Olha só, melhor você me pagar. Eu quero um bom dinheiro até segunda.” Uma semana após essa mensagem, o tom de Diogo se torna ainda mais agressivo, deixando claro que não aceitaria mais desculpas.
Na noite anterior ao crime, Diogo enviou mensagens que demonstraram o desespero de Bianca em cumprir com a promessa de pagamento. “Minha filha, dá teu jeito. Tá achando que isso é caridade?”, questionou, enquanto ameaçou que cobradores estariam a caminho caso o dinheiro não fosse depositado até o horário marcado. A angústia da vítima diante das ameaças se reflete em suas respostas, onde ela tenta se defender, afirmando: “Sim, não sou maluca.”
O desenrolar do caso
Com Bianca não resistindo aos ferimentos, a situação tornou-se ainda mais séria. As investigações evidenciaram não apenas a relação de crédito entre os dois, mas uma dinâmica de intimidação que culminou na tentativa de execução. O delegado Flavio Rodrigues, responsável pela investigação, afirmou que as mensagens trocadas e a pressão constante de Diogo culminaram na violência que resultou na morte de Bianca.
Depoimento e negação de crime
Durante seu depoimento na delegacia, Diogo negou as acusações e disse não ter qualquer envolvimento com o crime. Contudo, a evidência e a sequência de ameaças apresentadas à polícia de maneira sistemática jogam sombras sobre suas declarações. A polícia segue investigando as circunstâncias que levaram ao crime, e as informações são cruciais para o desfecho deste caso, destacando a necessidade de uma discussão mais ampla sobre a violência relacionada a agiotagem e suas implicações sociais.
Implicações sociais e a necessidade de proteção
O caso de Bianca Villaça é emblemático em um contexto onde muitas pessoas se encontram em situações vulneráveis devido a dívidas financeiras e acabam se tornando alvo de violência. A falta de regulamentação mais rígida sobre a agiotagem e o desamparo de pessoas endividadas evidenciam a necessidade de políticas públicas que ofereçam apoio, orientação e proteção a essas vítimas. É imprescindível que as vítimas de ameaças e abusos busquem ajuda e, que a sociedade se mobilize para erradicar essa prática tão cruel e prejudicial.
As investigações continuam enquanto a comunidade de Sulacap e a sociedade como um todo lamentam a perda de mais uma vida em decorrência da violência impulsionada pela agiotagem. Espera-se que o caso de Bianca não seja apenas mais um número, mas um chamado à ação para combater essa problemática tão arraigada na sociedade brasileira.