Brasil, 1 de setembro de 2025
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PIB do 2º trimestre deve crescer entre 0,2% e 0,5%, indica projeções

Economia brasileira deve registrar leve desaceleração, com crescimento de até 0,5%, conforme análises de especialistas.

A resistência dos serviços é o que deve manter o PIB do segundo trimestre em campo positivo, apesar das projeções de crescimento modesto de 0,2% a 0,5%, divulgadas amanhã pelo IBGE. As expectativas indicam uma desaceleração na agropecuária, no comércio e na indústria de transformação, avalia Juliana Carvalho Trece, coordenadora de Contas Nacionais do FGV Ibre.

Perspectivas de desaceleração e investimentos

Segundo a especialista, o PIB do segundo trimestre deve mostrar uma desaceleração, mas ainda apresentar crescimento expressivo, impulsionado pelo consumo. A Formação Bruta do Capital Fixo (FBCF), que indica investimentos, deve ser o principal ponto negativo devido ao ciclo de aumento de juros iniciado no fim do ano passado, que impacta a economia com defasagem de 6 a 9 meses.

Juliana sinaliza que a expectativa para o ano é de crescimento em torno de 2%, sem sinais de retração para os próximos trimestres. “Os efeitos da política monetária contracionista estão refletindo neste momento, mas ainda não há indicações claras de uma reversão severa”, afirma.

Desaceleração segundo analistas

Marcela Kawauti, economista-chefe da Lifetime, estima um crescimento de 0,5% no PIB em relação ao trimestre anterior, o que equivale a um avanço de 2,4% comparado ao mesmo período de 2024. Ela atribui a desaceleração ao impacto do aumento da taxa de juros iniciado em setembro do ano passado, que reduziu o ritmo de crescimento da economia brasileira.

Para Kawauti, o efeito do tarifaço ainda é pequeno e indireto neste momento. O reflexo mais contundente da política de tarifas, especialmente por parte dos EUA, deve aparecer no terceiro trimestre, com aumento de tarifas sobre produtos brasileiros em 50%. Além disso, o aumento das incertezas globais, decorrente do anúncio do tarifazo por Donald Trump em abril, também contribuiu para o desempenho abaixo do esperado.

Impactos e expectativas para o cenário futuro

Especialistas apontam que a desaceleração é visível nos setores de indústria e serviços, que têm apresentado crescimento moderado devido à menor demanda das famílias e do governo. A acumulação de estoques e o elevado nível de juros também podem ter prejudicado o crescimento do segundo trimestre.

Contudo, segundo a economista Juliana Inhasz Kessler, professora do Insper, os números atuais não devem afetar as expectativas de queda na taxa básica de juros (Selic), prevista para 2026. A inflação mais resistente, especialmente de serviços, e o comportamento do câmbio serão determinantes para a decisão do Banco Central na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

Próximos passos e desafios para a economia brasileira

O terceiro trimestre será crucial para entender o impacto da sobretaxa de tarifas e da política monetária na atividade econômica. Se a inflação de serviços continuar alta e o câmbio pressionar o preço de produtos, o BC poderá manter a isenção de cortes na Selic, adiando sua redução para o próximo ano, indicam os especialistas.

Apesar do cenário de desaceleração, a resistência do setor de serviços deve ajudar a sustentar o crescimento do PIB no curto prazo, mesmo diante de sinais de cautela na economia global e interna.

Para mais detalhes, acesse a reportagem completa no GLOBO.

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