Brasil, 1 de setembro de 2025
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Open finance impulsiona inovação e desafios no Pix e na adesão de empresas

Sistema de compartilhamento de dados fortalece o Pix por aproximação e digitalização de transações, apesar de obstáculos na expansão para empresas

O avanço do open finance no Brasil tem impulsionado a inovação em pagamentos digitais, como o Pix por aproximação, e transformado o mercado financeiro. O sistema, que completa cinco anos de atuação, envolve troca de informações entre instituições financeiras, bancos, comércio e fintechs, sempre sob autorização do usuário e regulado pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Pix por aproximação e o papel do open finance

O Pix por aproximação, lançado em fevereiro, permite pagar um café ou comprar em estabelecimentos apenas aproximando o celular da maquininha, sem precisar abrir o aplicativo bancário. Para que essa tecnologia funcione, banqueiros e empresas tiveram que desenvolver uma complexa rede de troca segura de dados. Segundo o Agência Brasil, a integração das contas do Pix às carteiras virtuais envolve parcerias confiáveis e tecnologia de ponta.

O open finance, por sua vez, permite que consumidores e empresas compartilhem informações como saldos, investimentos e operações de crédito de forma segura e consentida. O sistema foi fundamental para o desenvolvimento do Pix automático, anunciado em junho, que substituirá boletos bancários com cobranças periódicas. Isso pode facilitar pagamentos recorrentes com obediência ao consentimento do usuário, simplificando operações comerciais.

Desafios na expansão do open finance

Apesar do potencial, a Associação dos Iniciadores de Transação de Pagamento (Init) aponta obstáculos à ampliação do open finance. Segundo o diretor executivo Gustavo Lino, a taxa de sucesso das transações ainda está abaixo do ideal, com apenas 50% a 60% das operações concluídas sem erros, enquanto o alvo é atingir 99,5%, como acontece com cartões de crédito e débito.

“O desafio é elevar essa taxa para 99,5%, como ocorre com os cartões de crédito e débito”, afirma Gustavo Lino, diretor executivo da Init.

Mesmo com dificuldades técnicas, Lino destaca que as transações do open finance são mais seguras e com menos chances de fraude. Ele cita o Pix por aproximação, onde o cliente pode verificar o valor na tela antes de confirmar a aproximação, ao contrário do cartão por aproximação, que exige conferência na máquina.

Adesão de empresas e o papel do compartilhamento de dados

Outro ponto que limita o crescimento do open finance é a baixa adesão do setor empresarial. Em 2024, foram registrados 403,2 mil consentimentos de empresas como receptoras de dados, número bem menor que os mais de 40 milhões de consentimentos de clientes pessoa física, conforme dados da Associação Open Finance Brasil (AOF). Segundo Jonatas Giovinazzo, presidente da Init, a burocracia e os avanços tecnológicos ainda representam entraves.

“Há empresas com várias contas bancárias e maquininhas em filiais diferentes. Os pagamentos precisam ser identificados corretamente no sistema para facilitar a contabilidade e o controle”, explica Giovinazzo.

Pix em lotes e facilidades para médias e grandes empresas

Recentemente, o Banco Central discutiu melhorias no sistema, como permitir o processamento de Pix em lotes, permitindo que várias transações de uma mesma empresa sejam agrupadas. A iniciativa visa reduzir os travamentos no sistema durante picos de uso, comuns em empresas de médio e grande porte.

“O processamento em lotes ajudaria a superar o gargalo de grandes volumes de transações por segundo”, afirma Giovinazzo.

Apesar das dificuldades, Gustavo Lino acredita que as vantagens do open finance compensam os desafios, especialmente para pequenas e médias empresas, que podem conquistar melhores condições de crédito e simplificar suas operações financeiras.

Perspectivas futuras e novas funcionalidades

Para 2026, o Banco Central planeja ampliar o open finance, com a introdução da portabilidade de crédito, permitindo que usuários transfiram operações de financiamento entre bancos usando o compartilhamento de dados. A iniciativa inclui também a extensão da portabilidade de crédito consignado, prevista para acontecer em breve, facilitando a movimentação de recursos e fortalecendo a concorrência no setor.

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