Brasil, 1 de setembro de 2025
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O difícil início do ano letivo na Ucrânia após a invasão russa

Mais de 4 milhões de crianças enfrentam dificuldades para voltar às aulas na Ucrânia, com escolas danificadas pela guerra.

O quarto ano letivo desde a invasão da Ucrânia por tropas russas começa com grandes dificuldades para as crianças e adolescentes do país. Mais de 10% das escolas ucranianas foram destruídas ou danificadas e os novos ataques mantêm um grande número de estudantes fora das salas de aula.

Desafios enfrentados por 4,6 milhões de crianças

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alertou que 4,6 milhões de crianças e adolescentes na Ucrânia terão muitas dificuldades para iniciar o novo ano letivo, que começa agora em setembro de 2025. Este será o quarto ano letivo desde que as tropas russas realizaram uma invasão em larga escala em fevereiro de 2022. Com salas de aula danificadas, famílias deslocadas pela guerra e aulas interrompidas pelos combates, mais de um terço dos alunos ucranianos não estava frequentando regularmente as aulas presenciais no final do último ano letivo de 2024/25. Aproximadamente 11% das crianças continuaram suas atividades apenas com aulas online.

Infraestrutura escolar afetada pela guerra

Segundo informações do Ministério da Educação e da Ciência ucraniano, mais de 10% das infraestruturas escolares no país foram danificadas ou destruídas entre fevereiro de 2022 e dezembro de 2024. Os prejuízos causados pela guerra não apenas afetam a educação imediata, mas ameaçam privar toda uma geração do direito ao aprendizado e ao desenvolvimento socioemocional proporcionado pela escola. Essa situação, se não for controlada, pode colocar em risco a recuperação a longo prazo do país, uma vez que muitas dessas crianças já haviam enfrentado interrupções educativas durante a pandemia de Covid-19, que teve início em 2020.

A esperança de um novo ano letivo

«Para as crianças expostas aos horrores da guerra, o início do ano letivo é sinônimo de esperança por um ensino sem interrupções, fundamental para o seu desenvolvimento e bem-estar», afirmou Munir Mammadzade, representante da UNICEF na Ucrânia. Apesar das dificuldades, as crianças estão determinadas a continuar aprendendo e a reivindicar o seu direito à educação, seja em abrigos, estações de metrô ou de forma online.

Adaptações nas escolas para enfrentar a guerra

As escolas ucranianas estão tentando se adaptar às contingências da guerra e, atualmente, muitas estão mais preparadas para oferecer modalidades de ensino que incluem aulas não presenciais. Em relação à estrutura física, 90% das escolas possuem algum tipo de abrigo contra ataques. Um exemplo marcante pode ser encontrado no povoado de Bobryk, na região de Sumy, próximo à linha de frente dos combates no norte do país. Nessa localidade, uma escola decidiu transferir todas as suas salas de aula para o subsolo, visando proteger os estudantes dos ataques e permitir a continuidade das aulas presenciais. O diretor da escola, Oleksii Korenivskyi, comentou: «Temos de fazer tudo para que esta não seja uma geração perdida».

Regiões afetadas e alunos pré-escolares

Para as crianças em idade pré-escolar, a interrupção dos serviços escolares é particularmente grave e preocupante. Nessa fase da vida, são lançadas as bases do aprendizado e a socialização, e a brincadeira estruturada oferecida pela escola é fundamental. Muitas crianças ucranianas nunca frequentaram a pré-escola, e nas regiões próximas à linha de frente, 83% dos pequenos apresentam sinais de desconforto emocional e atrasos no desenvolvimento.

Conforme a Ucrânia se prepara para mais um ano letivo em meio a desafios sem precedentes, a esperança é de que a determinação das crianças, o apoio das famílias e a resiliência das escolas possam garantir a continuidade da educação e estimular o aprendizado, mesmo nas condições mais adversas.

*Com informações do Unicef e agências de notícias

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