A governança do México anunciou nesta semana a implementação de um novo “marco de colaboração” com os Estados Unidos para fortalecer o combate ao tráfico de drogas e armas na fronteira comum, durante a visita do chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, que se reuniu com a presidente Claudia Sheinbaum nesta quarta-feira (4).
Marco de colaboração para segurança na fronteira
Segundo Sheinbaum, o acordo visa ampliar a cooperação no enfrentamento ao narcotráfico e fortalecer as ações conjuntas nas regiões fronteiriças. A governante mexicana destacou que o pacto será assinado ainda nesta semana, durante a visita de Rubio, e que contempla ações coordenadas em âmbito policial e de inteligência.
“Este marco de colaboração é uma resposta às crescentes necessidades de segurança e combate ao tráfico, reforçando o respeito mútuo entre nossos países”, declarou Sheinbaum ao apresentar seu primeiro relatório de governo após 11 meses no cargo.
Contexto e perspectivas das negociações de segurança
Impacto das tensões com os Estados Unidos
As negociações ocorrem enquanto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensifica a pressão sobre o México para aumentar os esforços no combate ao narcotráfico, com possíveis sugestões de ações militares contra cartéis latino-americanos considerados “organizações terroristas” pelos Estados Unidos.
Meios de comunicação dos EUA relataram recentemente que Trump teria ordenado a atuação das forças armadas contra esses grupos, o que acentuou a tensão diplomática. “Estamos buscando um equilíbrio entre a cooperação e a soberania”, explicou Sheinbaum.
Reforço às medidas de soberania mexicana
Como parte do esforço de afirmação da soberania, o México aprovou uma reforma constitucional há duas semanas que permite sancionar intervenções estrangeiras consideradas lesivas à sua autonomia. “Defendemos nossa soberania e temos construído relações de respeito com nossos aliados”, salientou Sheinbaum.
Repercussões na economia e na política regional
A economia mexicana, que depende em mais de 80% das exportações para os Estados Unidos, é especialmente vulnerável às tarifas e sanções comerciais impostas pelo governo americano. Apesar de recentes avanços, como a desativação de tarifas de 30% sobre algumas importações no final de julho, o setor automotivo e as indústrias de aço e alumínio continuam enfrentando tarifas elevadas, de até 50%, com alguns descontos sobre produtos de origem norte-americana.
“Conseguimos estabelecer uma relação de respeito mútuo e acreditamos que, com o novo pacto, poderemos obter condições comerciais ainda mais favoráveis”, afirmou Sheinbaum. Ela também destacou que o México, parceiro do Canadá e dos EUA no tratado de livre comércio T-MEC, busca fortalecer sua posição no cenário regional.
Próximas etapas e desafios futuros
As discussões com o governo americano seguirão nas próximas semanas, com o objetivo de consolidar o marco de cooperação na segurança fronteiriça e combater a emergência do narcotráfico na região. Analistas apontam que o sucesso dessas negociações será fundamental para a estabilidade regional e para a consolidação do novo modelo de relação bilateral.