A morte trágica de Pauline Mullins Pusser, a esposa do famoso xerife Buford Pusser, sempre foi considerada um caso de emboscada, mas novas evidências levantam questões sobre a verdadeira natureza deste crime. Um relatório da Tennessee Bureau of Investigation (TBI) sugere que o próprio buford Pusser pode estar envolvido na morte de sua esposa, revelando inconsistências em suas declarações.
Uma nova perspectiva sobre o caso
A investigação, liderada pelo promotor do caso, Mark Davidson, apresentou dados que questionam a narrativa de Buford Pusser. Em uma coletiva de imprensa realizada na última sexta-feira, Davidson apontou que as evidências coletadas incluíram análise física, médica, forense e balística que contradizem a versão apresentada pelo xerife sobre a morte de sua esposa em 1967.
Além de ter sido o inspirador do filme “Walking Tall”, lançado em 1973, e de suas sequências, a história de Buford Pusser foi vista sob uma nova luz após a reabertura do caso em 2022. Em 2024, um exame post-mortem de Pauline foi realizado para esclarecer dúvidas sobre as circunstâncias de sua morte.
A sacola de evidências
Os investigadores descobriram que a versão contada por Buford de que sua esposa foi morta durante uma emboscada não se sustenta. Ao contrário de afirmar que Pauline foi morta dentro do veículo, agora se acredita que ela foi alvejada fora do carro e posteriormente colocada dentro dele, o que contradiz o que foi relatado inicialmente.
Buford Pusser também foi ferido durante o incidente, mas segundo os investigadores, a evidência balística sugere que sua ferida foi autoinfligida, mudando completamente a percepção sobre o que realmente aconteceu na fatídica noite.
O impacto da nova investigação
Davidson enfatizou que o foco da reabertura do caso não é desmantelar um legado, mas sim trazer dignidade e encerramento para a família de Pauline. “Este caso trata-se de garantir que a verdade não seja enterrada com o tempo”, disse ele.
As análises forenses modernas, que não estavam disponíveis em 1967, revelaram que a mulher havia sofrido um trauma craniano que não coincidiu com as fotos do interior do veículo. Além disso, a análise de manchas de sangue contradiz a versão de Buford sobre os eventos.
Um passo em direção à justiça
O diretor da TBI, David Rausch, apresentou a ideia de que talvez o caso tenha sido encerrado muito rapidamente. Ele citou que “os mortos não podem clamar por justiça, é o dever dos vivos fazer isso”, enfatizando a longa jornada da verdade que finalmente começa a se revelar.
Com afirmações de que o crime havia sido encenado, a nova abordagem da investigação sugere que talvez existam provas suficientes para apresentar um indiciamento criminal por assassinato, mesmo que Pusser já tenha falecido.
Reações na comunidade
Griffon Mullins, irmão de Pauline, expressou agradecimento às autoridades pela conclusão das investigações e revelou que esperava por esse fechamento há muitos anos. “Eu amava ela com todo meu coração e senti muito a falta dela durante esses 57 anos,” revelou em uma gravação.
A reabertura do caso traz à tona questões sobre violência íntima e a necessidade de um olhar crítico sobre a verdadeira narrativa da história. A esperança é que, por meio da modernização das investigações e da insistência pela verdade, a memória de Pauline Pusser possa finalmente ter o descanso que merece.
Davidson concluiu que “a morte de Pauline não foi um acidente, mas um ato de violência íntima”, reforçando a urgência de estabelecer a verdade em torno de seu falecimento e oferecer justiça à sua família e à sociedade.