Os analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) reduziram a previsão de inflação para 2025 pela 14ª semana seguida, conforme o relatório Focus divulgado nesta segunda-feira (1º/9).
As projeções para os próximos anos também sofreram ajustes, com expectativa de queda na inflação para 2026 e 2027, enquanto a estimativa para 2028 permaneceu constante. No entanto, a inflação acumulada de 12 meses até julho se manteve acima da meta, indicando ainda desafios para o controle dos preços no curto prazo.
Alterações nas projeções de inflação
- Para 2025, recuou de 4,86% para 4,85%;
- Para 2026, caiu de 4,33% para 4,31%;
- Para 2027, passou de 3,97% para 3,94%; e
- Para 2028, permanece em 3,80%.
O que é o relatório Focus
- O Focus resume as expectativas do mercado financeiro coletadas até a sexta-feira anterior à divulgação.
- Divulgado toda segunda-feira, apresenta projeções de inflação, crescimento econômico, câmbio e juros.
- As estimativas refletem a opinião do mercado, não do Banco Central, que apenas organiza e divulga os dados.
Inflação em alta, mas desacelera ritmo
Os preços de bens e serviços no país avançaram 0,26% em julho, após uma alta de 0,24% em junho. Em 12 meses até julho, a inflação acumulou 5,23%, acima da meta estipulada pelo Banco Central.
A inflação ficou acima do teto da meta em junho, com acumulado de 5,35%. Este foi o primeiro estouro do limite no novo regime de metas contínuas, que avalia o índice ao longo de 12 meses.
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Para agosto, os analistas apostam em uma queda de 0,15% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), dado como o principal indicador da inflação do país, cujo dado oficial será divulgado em 10 de setembro.
O IPCA-15, prévia da inflação, registrou uma deflação de 0,14% em agosto, o menor desde setembro de 2022, indicando uma possível desaceleração do aumento de preços.
Expectativa de crescimento do PIB aumenta ligeiramente
O mercado revisou para cima a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2025, de 2,18% para 2,19%. Para 2026 e 2027, as estimativas também subiram, enquanto a de 2028 permaneceu estável.
- 2026: de 1,86% para 1,87%;
- 2027: de 1,87% para 1,89%; e
- 2028: mantém-se em 2%.
O PIB mede o total de bens e serviços produzidos pelo país em um dado período. Uma alta indica crescimento econômico saudável, enquanto quedas sugerem desaceleração.
A divulgação do resultado do segundo trimestre será feita nesta terça-feira (2/9).
Em 2024, a economia brasileira teve alta de 3,4%, impulsionada pelo setor agropecuário, que cresceu 1,4% no primeiro trimestre, segundo o IBGE.
O Ministério da Fazenda projeta crescimento de 2,5% para 2024, enquanto o Banco Central avalia uma expansão de 2,1%, com desaceleração prevista a partir do segundo trimestre.
Taxa de juros e câmbio
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano, encerrando o ciclo de altas. As previsões de analistas continuam indicando estabilidade em 2025.
- 2026: Selic de 12,50% ao ano;
- 2027: de 10,50%;
- 2028: em 10%.
Quanto ao câmbio, as expectativas para o dólar também recuaram levemente. Em 2025, passou de R$ 5,59 para R$ 5,56; em 2026, de R$ 5,64 para R$ 5,62; e em 2027, de R$ 5,63 para R$ 5,62. A previsão para 2028 permanece em R$ 5,60, divulgada pelo Focus.
Balança comercial mantém superávit
O saldo da balança comercial foi mantido em US$ 65 bilhões de superávit para 2025, enquanto as estimativas para 2026 e 2028 também permanecem inalteradas. Para 2027, a previsão foi revisada para cima, chegando a US$ 79,75 bilhões.
Em julho, o saldo comercial foi de US$ 7,1 bilhões, o menor para o mês desde 2022, quando ficou em US$ 5,36 bilhões. A divulgação do saldo de agosto será nesta quinta-feira (4/9).