Brasil, 1 de setembro de 2025
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Menino autista é agredido por estudantes ao defender irmão

Um garoto de 9 anos foi atacado por 20 colegas em Praia Grande, SP, por se opor a bullying sofrido pelo irmão mais velho.

Um triste incidente ocorrido em Praia Grande, no litoral de São Paulo, destaca a urgência de se combater o bullying nas escolas. Na última sexta-feira (22), um menino de 9 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), foi agredido por aproximadamente 20 estudantes perto da Escola Municipal Professora Maria Clotilde Lopes Comitre Rigo. O motivo? O garoto tentou defender seu irmão mais velho, de 11 anos, que estava sendo alvo de bullying devido ao seu peso.

A defesa de um irmão e o inicio da agressão

De acordo com a mãe do menino, Pamela Aparecida, seu filho relatou que pedia a Deus para que alguém o ajudasse enquanto era agredido. “Ele me falou: ‘mãe, quando ele [agressor] me deu um chuto e falou para eu não levantar, eu fiquei no chão só pedindo para Deus para aparecer alguém’”, declarou Pamela em entrevista ao g1. A situação se agravou rapidamente, com o irmão mais novo correndo atrás de ajuda e o mais velho sendo ameaçado para não interferir.

Resgate e atendimento médico

Uma mulher que presenciou a cena e estava a caminho de buscar sua filha interveio, afastando os irmãos da situação e os levando ao trabalho de Pamela. Apesar de não apresentar hematomas, o menino necessitou de atendimento médico devido a dores e ao trauma emocional gerado pelo ocorrido. “[É um] trauma muito grande, tanto psicológico quanto emocional para meus filhos e para mim também”, disse a mãe, que também expressou sua gratidão à mulher que ajudou seus filhos.

Resposta da escola e da prefeitura

A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso foi registrado como lesão corporal, e o 3° Distrito Policial de Praia Grande já começou as investigações para identificar os agressores. Por outro lado, a Prefeitura de Praia Grande, através da Secretaria de Educação, afirmou que tomou conhecimento do caso e que a ocorrência se deu antes da entrada da criança na escola.

De acordo com a administração municipal, foram feitas apurações com os alunos envolvidos, que foram identificados pela própria vítima. Os alunos foram encaminhados a serviços públicos de apoio e o Conselho de Escola foi acionado para analisar possíveis infrações às normas de convivência escolar. A Prefeitura ressaltou que ações educacionais contra o bullying são recorrentes nas escolas municipais.

Importância do debate sobre bullying

O tema do bullying se tornou uma questão central nas discussões sobre o ambiente escolar, especialmente após casos trágicos como o do adolescente Carlinhos, de 13 anos, que morreu após ser agredido em uma escola da mesma região no ano passado. A presidente da Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente da OAB, Simone Caetano Fernandes, destacou em um podcast a necessidade do envolvimento da família no reconhecimento e na educação dos estudantes, enfatizando que o combate ao bullying é uma questão que exige um esforço coletivo.

A situação vivida pelo menino autista em Praia Grande é uma dolorosa lembrança de que o bullying pode ter consequências devastadoras. O caso ressalta a necessidade de criar ambientes escolares mais seguros e acolhedores, onde cada criança possa se sentir protegida e respeitada. É imperativo que tanto a ação das autoridades quanto o suporte das famílias e da comunidade contribuam para erradicar essa prática nociva das escolas brasileiras.

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