Brasil, 1 de setembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Investigação revela esquema de lavagem de dinheiro do PCC com laranjas

Operação da Polícia Federal identifica utilização de laranjas em postos de combustíveis para lavagem de dinheiro pelo PCC.

A Polícia Federal (PF) está conduzindo uma investigação abrangente sobre um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro relacionado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), um dos grupos criminosos mais influentes do Brasil. A operação revelou que laranjas, muitas vezes pessoas humildes como eletricistas, motoboys e até um homem falecido, tiveram seus nomes utilizados para ocultar os reais proprietários dos negócios envolvidos na lavagem.

Um dos maiores esquemas de lavagem do Brasil

De acordo com um relatório obtido pelo GLOBO, essa investigação faz parte de uma megaoperação contra o crime organizado, classificada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, como “a maior da história”. A operação revelou um esquema que movimentou impressionantes R$ 23 bilhões, utilizando postos de combustíveis, distribuidoras, holdings e até instituições de pagamento autorizadas pelo Banco Central.

Um dos protagonistas do esquema, um ex-integrante do PCC, iniciou suas atividades criminosas após ser liberado do sistema prisional em 2017. Ele montou uma rede de lavagem de dinheiro, criando empresas de fachada e cooptando laranjas para expandir suas operações.

Manipulação de pessoas humildes

O relatório da PF destaca que muitas das pessoas selecionadas como laranjas não são desconhecidas das autoridades. O texto afirma: “Trata-se de pessoas humildes, que continuam deliberadamente praticando atos formais e fornecendo seus dados pessoais para serem utilizados sub-repticiamente pelos líderes do grupo criminoso”. Essa prática tem permitido que o PCC mantenha sua estrutura financeira robusta, apesar das investigações em andamento.

Entre os nomes utilizados pelo grupo, a PF identificou um homem que faleceu em 2021, mas que ainda estava listado como sócio de quatro empresas. Uma dessas empresas movimentou R$ 5,9 milhões apenas em depósitos em espécie. Além disso, a mesma empresa realizou 730 transferências de valores de forma dissimulada para distribuidoras de combustíveis, totalizando R$ 169,6 milhões entre 2019 e 2023.

A batalha contra o crime organizado

As operações da PF, Receita Federal e do Ministério Público de São Paulo têm se intensificado, com a identificação de 28 postos de combustíveis envolvidos no esquema, sendo 27 localizados no Paraná e 1 em São Paulo. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra 350 alvos, abrangendo tanto pessoas físicas quanto jurídicas em sete estados.

Um motoboy que se tornou um laranja admitiu que recebia R$ 1,5 mil por mês para atuar em nome do grupo, evidenciando um padrão de manipulação financeira em pessoas de classe baixa. Ele estava vinculado a 18 empresas em registros formais, o que reforça a complexidade e a extensão do esquema de lavagem de dinheiro.

Além disso, um eletricista de Piracicaba revelou que seu nome foi utilizado como sócio minoritário em uma das empresas do grupo, que movimentou R$ 982 milhões, mesmo sem seu conhecimento da administração do negócio.

A gravidade da situação expõe não apenas a eficácia das organizações criminosas no recrutamento de trabalhadores humildes, mas também a urgência das autoridades em encontrar soluções mais eficazes para combater o crime organizado e suas redes de lavagem de dinheiro. As investigações seguem em andamento, com a expectativa de que mais informações sobre a extensão do esquema e seus operadores sejam reveladas nos próximos dias.

Com a sociedade em alerta, a luta contra a criminalidade se torna cada vez mais crucial para a segurança e a integridade do sistema econômico do Brasil. As operações da PF têm o potencial de desencadear uma mudança significativa no combate à lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes