Brasil, 1 de setembro de 2025
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Guerra das redes sociais: bolsonaristas e petistas se mobilizam para o julgamento no STF

Com o início do julgamento de Jair Bolsonaro no STF, batalhas digitais dominam as redes sociais.

Enquanto equipes de defesa preparam suas estratégias para o início do julgamento da trama antidemocrática no Supremo Tribunal Federal (STF), amanhã, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro articulam como será a batalha fora dos tribunais: a das redes sociais. Integrantes do PL e pessoas próximas ao ex-mandatário organizam uma grande mobilização para tentar influenciar as discussões. Do outro lado, o PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também se arma para explorar as imagens que colocam seu principal adversário no banco dos réus, sob acusação de golpismo.

Mobilização nas redes sociais

A batalha não se restringe a estratégias jurídicas, mas expandirá para uma disputa acirrada na opinião pública. De acordo com dados da consultoria Arquimedes, na semana que antecedeu o julgamento, aliados de Bolsonaro dominaram o X (antigo Twitter), contabilizando 334 mil menções entre os dias 23 e 29 de agosto. Políticos como Eduardo Bolsonaro e Gustavo Gayer foram responsáveis pelos posts mais engajados, caracterizando as acusações contra o ex-presidente como injustas.

A ofensiva digital coletiva será coordenada por Carlos Bolsonaro, vereador do Rio e responsável pelas redes sociais do pai. Como o ex-presidente está proibido de publicar em suas contas pessoais, Carlos organizou uma sequência de publicações em diversas plataformas, incluindo Instagram e TikTok de aliados. Hashtags como #JustiçaParaBolsonaro e #PerseguiçãoPolítica serão impulsionadas por parlamentares, influenciadores e militantes bolsonaristas, preparando a base para o Sete de Setembro, data em que a oposição ao atual governo planeja realizar atos para demonstrar força política.

Estratégias do PT na contramão

Por outro lado, o PT também está mobilizando sua força nas redes sociais durante o julgamento. A perspectiva é acompanhar as sessões ao vivo, utilizando a estrutura de comunicação do partido, que inclui a TvPT e a RádioPT. A mensagem central será a responsabilização de Bolsonaro e seus aliados por atentados à democracia.

O partido se credenciou para acompanhar as sessões diretamente do STF e conta com a presença do presidente da legenda, Edinho Silva, nas transmissões. Integrantes do PT preveem uma campanha digital robusta, utilizando vídeos curtos e memes que carregam slogans como “Grande dia” e “Bolsonaro preso”, para reforçar a narrativa de que o ex-presidente é um perpetrador de crimes contra a democracia.

Narrativas simplificadas impulsionam o engajamento

A pesquisadora Letícia Capone, do Grupo de Pesquisa em Comunicação, Internet e Política da PUC-Rio, analisa que tanto governo quanto oposição têm explorado narrativas simplificadas e repetidas para manter suas bases mobilizadas. Essa técnica facilita o engajamento em torno de temas complexos e transforma debates jurídicos em mensagens curtas que polarizam e geram conflito.

“A criação e disseminação de narrativas unificadas é uma estratégia eficaz para envolver as bases”, observa Capone, ressaltando que essa abordagem é comumente usada pela extrema direita, mas agora também se faz presente na base governista.

Desdobramentos políticos e sociais

A mobilização em torno do julgamento de Bolsonaro tem implicações significativas no cenário político atual. Enquanto líderes da oposição planejam obstruções nas votações na Câmara em protesto ao julgamento, integrantes do PL enfrentam divergências sobre a postura pública a ser adotada. Parte da bancada defende um discurso mais agressivo contra o Supremo, enquanto outros pedem cautela, temendo riscos políticos em um ano pré-eleitoral.

As próximas semanas deverão ser cruciais tanto para o ex-presidente quanto para os atuais governantes, com as redes sociais se tornando o campo de batalha onde se decide a impressão pública e o direcionamento político que provavelmente moldará o futuro imediato do Brasil.

Com ambos os lados investindo pesadamente na mobilização digital, o julgamento de Bolsonaro no STF não é apenas um caso judicial; é uma luta de narrativas que promete ressoar por muito tempo além das audiências no tribunal.

Com estratégias bem definidas e a batalha permeando as redes sociais, tanto os bolsonaristas quanto os petistas parecem determinados a transformar este processo em uma questão de grande repercussão política e social.

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