O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), saiu em defesa do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) após tentativas de vincular o parlamentar a facções criminosas. As acusações surgiram a partir de um vídeo em que Nikolas se opõe à iniciativa da Receita Federal de mapear transações via Pix superiores a R$ 5 mil, e foram intensificadas por declarações de figuras ligadas à esquerda.
A acusação e a resposta do governador
Em uma postagem nas redes sociais, Zema criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que as acusações contra Nikolas são infundadas e representam um ataque da “máquina petista” aos opositores. “Esse é mais um ataque da máquina petista contra seus opositores. MG segue ao lado de quem defende a liberdade e o futuro dos mineiros”, escreveu Zema.
Na última sexta-feira, Lula, sem mencionar diretamente o nome de Nikolas, insinuou que um deputado havia feito campanhas com inverdades que favoreceram o crime organizado. Isso se referia a comentários feitos pelo secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, que indicou que notícias falsas sobre o Pix minimizaram a capacidade do governo de fiscalizar a atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC) na economia formal.
Desdobramentos da polêmica
No mesmo contexto, Lula declarou: “Tem um deputado que fez campanha contra as mudanças que a Receita Federal propôs. E, agora, está provado que o que ele estava fazendo era defender o crime organizado.” Essas declarações provocaram reações imediatas de Nikolas Ferreira, que se disse indignado e anunciou que levaria o caso à Justiça para processar Lula por difamação. “Cometeu a canalhice de afirmar, dolosamente e sem prova alguma, que defendi o crime organizado”, destacou o deputado.
Nikolas não poupou críticas ao ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, chamando-o de “fraquinho”, e afirmou que seus opositores deveriam se esforçar mais se desejassem desestabilizá-lo politicamente.
O impacto do vídeo de Nikolas
A polêmica começou quando, em janeiro, Nikolas publicou um vídeo que viralizou, onde rotulou a Instrução Normativa da Receita como uma “taxação do pix”. O vídeo obteve mais de cem milhões de visualizações, resultando em uma pressão significativa sobre o governo, que acabou recuando na regulamentação. Na época, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu que “o estrago já estava feito”, referindo-se à repercussão negativa da proposta.
Recentemente, Haddad anunciou novas medidas para enquadrar fintechs como instituições financeiras, com o objetivo de fortalecer a fiscalização sobre estas empresas, que têm sido associadas a práticas ilícitas. “A partir desta sexta-feira, vamos enquadrá-las sob as mesmas normas que regem os bancos”, afirmou o ministro, destacando também o uso de Inteligência Artificial para otimizar a supervisão.
Críticas e defesas no cenário político
Além de Zema, outras figuras da política, como o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL-SC), também se manifestaram em defesa de Nikolas. Mello argumentou que os ataques ao deputado são uma tentativa de desestabilizar quem está “incomodando o sistema”. Ele acrescentou que as ações de Lula e seus aliados buscam enganar a população e não possuem fundamento.
A crise política que se desenrola a partir dessas acusações destaca a polarização no cenário político brasileiro. As tensões entre apoiadores de Lula e simpatizantes do governo anterior, liderado por Jair Bolsonaro, continuam a intensificar o confronto entre os grupos. O desdobramento dessa situação poderá ter implicações significativas para as futuras eleições e a dinâmica política em Minas Gerais e no Brasil.
À medida que os fatos se desenrolam, é possível que outros elementos dessa controvérsia venham à tona, dada a complexidade da interação entre política, crime organizado e a mídia. A defesa por parte de Zema e as ações de Nikolas Ferreira refletem um cenário onde cada ato político é minuciosamente observado e contestado.