A sessão desta segunda-feira da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi marcada por uma intensa discussão entre a senadora Leila Barros (PDT-DF) e a deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT). O atrito aconteceu depois que Fernanda celebrou a aprovação de pedidos de prisão preventiva, gerando indignação em Leila Barros que, por sua vez, enfatizou que a base do governo Lula também tinha endossado a proposta.
Tensão no Parlamento
A deputada, ao aplaudir a aprovação, gritava “aprovamos, aprovamos”, o que provocou a resposta imediata da senadora, que estava sentada ao seu lado. A troca de palavras se intensificou ao ponto de ambas se levantarem, fazendo com que outros parlamentares precisassem intervir para separar as duas, que aumentaram o tom da discussão.
Sobre a CPMI do INSS
Na mesma sessão, a CPMI votou por unanimidade a favor de um requerimento endereçado ao Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo a prisão preventiva e a quebra de sigilo de alguns envolvidos em investigações sobre fraudes no INSS. De acordo com o presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), a solicitação se justifica devido à possibilidade de fuga dos suspeitos do país.
Investigação de fraudes e lista de suspeitos
A lista dos indiciados inclui o ex-diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão do INSS, André Fidelis, e Antônio Carlos Camilo, conhecido como o “Careca do INSS”. Ambos são apontados como operadores centrais em um esquema que teria movimentado milhões em fraudes, com a Polícia Federal identificando que Careca movimentou cerca de R$ 53 milhões, muito acima de sua renda mensal declarada.
Os detalhes das investigações revelam que parte deste dinheiro foi utilizado para subornar servidores públicos, incluindo a transferência de um Porsche de R$ 500 mil para a esposa de um procurador do INSS, o que levanta sérias questões sobre a integridade do órgão.
Ligação com outros suspeitos
Além dos nomes já citados, a lista de pedidos de prisão preventiva inclui Eric Fidelis, filho de André Fidelis, e outros 20 indivíduos que, segundo a investigação, têm relações diretas com as fraudes. A CPI identificou transações suspeitas envolvendo valores que têm levantado a suspeita de que um esquema maior pode estar em operação dentro do INSS.
Demandas e futuras investigações
Com o cenário político tenso e a evidência de fraudes, a CPMI do INSS se apresenta cada vez mais como um espaço crucial para a identificação de responsáveis e a manutenção da integridade dos serviços oferecidos aos cidadãos brasileiros. A previsão é de que as investigações avancem e novos desdobramentos surjam nas próximas semanas, à medida que o processo judicial se desenvolve.
O GLOBO solicitou um retorno das parlamentares envolvidas na discussão, mas ainda não recebeu respostas. O espaço permanece aberto para suas manifestações. A expectativa é que, além do desfecho das investigações, a relação entre os parlamentares se transforme, considerando a acirração do debate e as implicações legislativas das questões debatidas durante a CPMI.
- ANDRE PAULO FELIX FIDELIS
- ERIC DOUGLAS MARTINS FIDELIS
- CECILIA RODRIGUES MOTA
- VIRGILIO ANTONIO RIBEIRO DE OLIVEIRA FILHO
- THAISA HOFFMANN JONASSON
- MARIA PAULA XAVIER DA FONSECA OLIVEIRA
- ALEXANDRE GUIMARAES
- ANTONIO CARLOS CAMILO ANTUNES
- RUBENS OLIVEIRA COSTA
- ROMEU CARVALHO ANTUNES
- DOMINGOS SAVIO DE CASTRO
- MILTON SALVADOR DE ALMEIDA JUNIOR
- ADELINON RODRIGUES JUNIOR
- ALESSANDRO ANTONIO STEFANUTTO
- GEOVANI BATISTA SPIECKER
- REINALDO CARLOS BARROSO DE ALMEIDA
- VANDERLEI BARBOSA DOS SANTOS
- JUCIMAR FONSECA DA SILVA
- PHILIPE ROTERS COUTINHO
- MAURICIO CAMISOTTI
- MARCIO ALAOR DE ARAUJO
Os desdobramentos desse caso podem ter um impacto significativo no futuro da política previdenciária no Brasil, e as ações da CPMI reverberam muito além do debate atual, influenciando a confiança do público nas instituições. Aguardamos novos capítulos dessa história complexa, que promete capturar a atenção da sociedade.
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