Um dia antes de começar o julgamento na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que examinará uma suposta trama golpista atribuída ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus — que teria o objetivo de anular as eleições de 2022 —, os vereadores e filhos do ex-mandatário, Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e Jair Renan Bolsonaro (PL-SC), visitaram o pai na noite desta segunda-feira (1º/9).
Contexto do julgamento
A visita dos filhos ocorre em um clima de tensão e expectativa, pois as sessões de julgamento do ex-presidente e de seus aliados, todos acusados de integrarem o núcleo crucial da trama golpista denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), começam nesta terça-feira (2/9). A situação de Bolsonaro tem gerado debates acalorados, não apenas entre políticos, mas também entre a sociedade civil, que observa a trajetória do ex-presidente desde a sua saída do cargo até o atual cenário jurídico.
“Sentimento de injustiça pelo o que está sendo feito (…). A pessoa que não tem espírito é pobre. Deus fará justiça”, comentou Carlos Bolsonaro ao chegar ao condomínio onde o pai se encontra em prisão domiciliar desde o dia 4 de agosto.
Datas e horários do julgamento
O julgamento se estenderá ao longo de várias sessões, com uma agenda definida que promete atrair atenção midiática e popular. As datas e horários são os seguintes:
- 2/9 (terça) – das 9h às 12h/ das 14h às 19h.
- 3/9 (quarta) – das 9h às 12h.
- 9/9 (terça) – das 9h às 12h/ das 14h às 19h.
- 10/9 (quarta) – das 9h às 12h.
- 12/9 (sexta) – das 9h às 12h/ das 14h às 19h.
A primeira sessão do julgamento começará com o presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin, dirigindo os trabalhos. Em seguida, o relator da Ação Penal nº 2.668, ministro Alexandre de Moraes, lerá um relatório que resumirá o caso e suas implicações.
A expectativa para o julgamento
Há uma expectativa elevada em relação à leitura do relatório por parte do ministro Alexandre de Moraes, que deve ser breve. Depois disso, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, terá até duas horas para apresentar a acusação da PGR, que pede a condenação de Bolsonaro e seus aliados. A defesa se organizará para contestar as alegações, criando um ambiente um tanto polarizado em torno do ex-presidente.
Após a sustentação oral do procurador-geral, cada um dos oito réus terá a oportunidade de ter seu advogado se manifestar, com o tempo máximo de uma hora para cada defesa. A previsão é que a primeira semana de julgamento resulte em um intenso debate jurídico, com as sustentações orais dos advogados, deixando o voto do relator para a abertura da segunda semana, no dia 9 de setembro, onde o clima é de incerteza e expectativa sobre quais serão as decisões do STF.
Enquanto isso, a visita dos filhos e os comentários de Carlos Bolsonaro refletem o estado emocional da família frente ao processo judicial, acentuando as tensões políticas atuais no Brasil. A atenção do público se volta agora para os desdobramentos que o julgamento pode provocar na vida política do país e no futuro do ex-presidente.