O Banco Central deve intensificar a implementação de medidas mais restritivas nos próximos meses para aumentar a segurança do sistema financeiro diante de recentes ataques de grupos criminosos. A adoção dessas ações ocorre em um momento de vulnerabilidades expostas por incidentes recentes no setor.
Enfrentando o impasse na autonomia do BC
Embora o cenário ideal seja obter recursos para acelerar o aprimoramento regulatório, o projeto que concede autonomia financeira e orçamentária ao Banco Central encontra resistência no governo. Como consequência, a avaliação atual é de que o órgão precisará atuar sob restrições maiores até que a situação seja resolvida.
Impacto na inovação e na agilidade do BC
Com essa restrição, projetos de inovação, como as novas funcionalidades do Pix, ficam em segundo plano. Episódios recentes reforçam a necessidade de uma resposta rápida do BC, sobretudo na regulação de transações de alto valor.
Fragilidades expostas por recentes ataques
Na última semana, duas situações evidenciaram fragilidades na regulação e supervisão do sistema financeiro. Na quinta-feira, a Operação Carbono Oculto revelou ligações entre crime organizado e instituições reguladas pelo BC. Na sexta-feira, um ataque hacker à empresa de tecnologia Sinqia levou ao desvio de R$ 670 milhões via Pix. Outros episódios semelhantes também foram registrados nos meses anteriores.
Medidas em curso e demora na resposta
Embora o BC tenha algumas ações em andamento para fechar essas brechas, a velocidade na resposta tem sido considerada insuficiente pelo mercado. Esse atraso também é atribuído ao enfraquecimento institucional do órgão, dificultando uma atuação mais efetiva.
Desafios e proposta de mudanças na regulação
A expectativa é que a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que ampliaria a autonomia orçamentária e financeira do BC, possa acelerar a implementação de mudanças. Contudo, o projeto enfrenta resistência do governo e não deve ser aprovado no curto prazo.
Alterações no sistema Pix
Reforçando a resposta às ameaças, o BC deve propor mudanças na regulação do Pix, incluindo a diferenciação do tratamento para transações de alto valor. Transferências de milhões, por exemplo, podem deixar de ser processadas em 10 segundos — padrão atual — e passar a ter um prazo maior para permitir análise de licitude.
Perspectivas de enfrentamento às ameaças digitais
A atuação do BC nesta fase inclui ajustes regulatórios que visam tornar o sistema mais seguro contra fraudes e ataques de cybercriminosos. Segundo fontes do mercado, a prioridade é criar mecanismos que possam identificar e frear operações suspeitas de grandes valores, evitando prejuízos à economia e fortalecendo a confiança no sistema financeiro.
Para saber mais detalhes, consulte a matéria completa no jornal O Globo.