A Associação Mundial de Estudos de Genocídio (IAGS) afirmou, na última segunda-feira (31), que as políticas e ações de Israel na Gaza «conhecem a definição jurídica de genocídio», conforme artigo II da Convenção da ONU de 1948. A declaração se refere às operações iniciadas após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, considerado o estopim de um conflito brutal na região.
Fundamentação legal e condenação internacional
De acordo com o documento da IAGS, a resposta de Israel inclui «crimes sistemáticos e generalizados contra a humanidade, crimes de guerra e genocídio», com ataques indiscriminados contra civis e infraestrutura civil. A associação citou que Israel já «deslocou forçosamente quase toda a população de Gaza, de cerca de 2,3 milhões de habitantes», além de destruir mais de 90% das moradias na região.
«Este é um comunicado definitivo de especialistas no estudo do genocídio de que o que ocorre em Gaza é, de fato, genocídio», afirmou Melanie O’Brien, presidente da IAGS, à Reuters. A entidade também destacou que a definição de genocídio, segundo a Convenção da ONU, envolve «ações com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso».
Reações e posições oficiais
A Palestina, por meio de seu Escritório de Mídia do Governo, manifestou-se favoravelmente à declaração emitida pela IAGS, acolhendo a conclusão dos estudiosos. Por outro lado, o governo de Israel categoricamente nega as alegações, afirmando que suas ações visam suprimir ataques terroristas e defender a segurança nacional.
Implicações e contexto internacional
A declaração da IAGS amplia o debate sobre a classificação do conflito na região e poderá influenciar futuras avaliações internacionais sobre o status das ações de Israel. Especialistas em direito internacional discutem se esse reconhecimento formal de genocídio pode impactar sanções ou ações diplomáticas contra o Estado israelense.
O conflito, que já resultou em milhares de vítimas civis e na destruição de infraestrutura, permanece marcado pela alta escalada de violência e tensões globais, acirrando o debate sobre os limites da guerra e os direitos humanos na região.