Nos Estados Unidos, há diversos elementos na política que, embora considerados normais por muitos, na verdade representam aspectos altamente distópicos e preocupantes. Questionamentos sobre o uso de ordens executivas, o sistema de colégio eleitoral e a influência do dinheiro no sistema eleitoral vêm crescendo entre cidadãos e analistas.
O uso de ordens executivas e o papel do Congresso
Uma das críticas mais frequentes é o fato de o presidente poder criar leis por meio de ordens executivas, sem passar pelo processo legislativo tradicional. “O fato de o presidente simplesmente inventar leis usando ordens executivas, ao invés de seguir o processo formal, é algo que deveria ser visto como uma distopia”, afirma um membro da comunidade de BuzzFeed. Além disso, a permanência vitalícia dos juízes no Supremo Tribunal é vista como uma ameaça à democracia, defendendo-se a implementação de limites de mandato.
Lobbies, financiamento de campanhas e influência do dinheiro
Dados sobre o financiamento de campanhas e lobbying acumulam críticas intensas, com a percepção de que o financiamento de campanhas é, na verdade, uma forma de suborno legalizado. “Lobbying é uma prática de suborno legalizado, e você não pode me convencer do contrário”, afirma um usuário na plataforma. A influência do dinheiro é tamanha que, após a decisão Citizens United, os ricos têm um impacto desproporcional nas eleições, distorcendo o próprio conceito de democracia.
Partidos políticos e uma falsa escolha
A dupla estrutura do sistema bipartidista é vista como uma distopia: embora existam múltiplas coalizões, os eleitores tendem a sentir que só podem escolher entre Republicanos ou Democrats, tornando-se uma espécie de ilusão de opção. “As pessoas acham que, se não apoiam o candidato de um partido, apoiam o do outro, e, na prática, o voto nessas eleições é quase um protesto”, explica um internauta. Essa realidade impede uma pluralidade política verdadeira e limita as alternativas de representação.
O colégio eleitoral e as desigualdades na votação
O sistema do colégio eleitoral é frequentemente criticado por seu impacto desigual na força do voto. “O colégio eleitoral foi um compromisso de uma época que permitia contar escravos como 3/5 de uma pessoa, e, hoje, uma votação em Wyoming tem o mesmo peso que três em Califórnia”, analisa um participante. O sistema favorece os estados rurais e as regiões com menos população, o que compromete a representatividade real do voto popular.
Outros aspectos preocupantes na política americana
Desde a dificuldade de cidadãos comuns influenciar as decisões políticas até o poder desproporcional de políticos ricos, os aspectos distópicos continuam a se acumular. Entre eles, a possibilidade de um líder autoritário ordenar a tomada do Capitólio, o papel da mídia de direita que propagandeia mentiras como livre expressão, e a presença de figuras com histórico criminal na presidência são temas destacados.
Consequências de uma política polarizada e desumanizadora
Um ponto que gera preocupação é o acirramento da polarização, onde a política se transforma em um esporte de vencedores e perdedores, levando à desumanização de grupos e ao tratamento de crenças políticas como uma extensão da identidade própria. Essa divisão extrema acaba prejudicando a resolução de problemas reais e a convivência democrática.
Perspectivas futuras e necessidade de mudança
Especialistas e cidadãos continuam a questionar até que ponto essa normalização de práticas distópicas na política dos EUA pode ameaçar o futuro da democracia. A reforma de instituições como o colégio eleitoral, a limitação de mandatos e o combate ao financiamento indevido permanecem como passos essenciais para uma mudança mais justa.
Apesar de muitas dessas questões estarem enraizadas na cultura política americana, reconhecer sua natureza distópica é o primeiro passo para exigir ações que possam recuperar a saúde democrática do país.