Apesar das críticas frequentes à política dos Estados Unidos, muitas práticas foram tão naturalizadas que parecem normais, quando na verdade são profundamente distópicas. Recentemente, membros da comunidade do BuzzFeed compartilharam suas percepções sobre esses aspectos que, surpreendentemente, não geram maior questionamento.
Práticas destrutivas e normalizadas na política dos EUA
Um dos pontos mais citados foi o uso de ordens executivas pelo presidente para criar leis sem passar pelo Congresso, o que altera a separação de poderes. “O fato de o presidente poder simplesmente inventar leis com ordens executivas, sem o devido processo, é uma aberração”, afirmou StephanieP461d11578 no fórum. Além disso, a existência de mandatos vitalícios para a Suprema Corte é vista como uma falha grave, que deveria ser modificada com limites de mandato.
Dinheiro, influência e sistemas duvidosos
Outro aspecto criticado é o lobby, considerado por muitos como uma forma de propina legalizada que favorece interesses particulares acima do bem público. “Lobbying é uma espécie de propina legalizada, e não há como convencer-me do contrário”, comentou um internauta. Além disso, a influência do dinheiro na política, especialmente após a decisão do Citizens United, permite que as elites econômicas tenham voz desproporcional na eleição — um fenômeno que dilui a vontade popular.
O Colégio Eleitoral também foi duramente criticado, pois distorce o resultado democrático. “Uma votação no Wyoming vale tanto quanto três em Califórnia, o que não faz sentido para uma democracia real”, apontou luxahoy. Essas distorções favorecem os estados conservativeiros, dando uma vantagem indevida para os red states, além de permitir que candidatos com menos votos populares vençam a eleição.
Desigualdade e política de exclusão
Outro ponto de preocupação é a disparidade de privilégios para os representantes políticos, como o acesso a uma saúde de melhor qualidade do que a população comum. “Congressistas não deveriam ter um sistema de saúde melhor que o de seus eleitores”, declarou um participante anônimo. Ainda há críticas ao fato de que pessoas com antecedentes criminais, incluindo acusações de abuso sexual, podem se candidatar à presidência, o que mostra uma crise de valores no sistema.
Umas das maiores irregularidades e abusos de poder
O contexto de instabilidade, exemplificado pelo episódio do ataque ao Capitólio e a possibilidade de um líder autoritário ordenar tropas para tomar o controle da capital, também foram considerados aspectos profundamente distópicos. “Por que ninguém aplica a Lei Posse Comitatus e impede esse tipo de agressão?”, questionou silverpizza405. Ainda, a contínua polarização política e a manipulação da mídia reforçam uma sociedade fragmentada, onde opiniões divergem de forma irreconciliável.
Medidas e campanhas que reforçam o controle
Vários relatos destacaram que o alto custo das campanhas eleitorais e a necessidade de grandes somas de dinheiro são obstáculos para uma verdadeira democracia. “O tempo de campanha de um país como os EUA é de um ano, enquanto em outros lugares a campanha dura poucas semanas”, disse anotheranon. Além disso, a influência de megaempresas e o financiamento privado aumentam o poder de uma minoria rica, em detrimento do eleitor comum.
A sociedade e a perda de poder real
Muitos participantes expressaram frustração quanto à ilusão de poder do cidadão. “Mesmo votando, nossa influência é mínima, pois a maior parte dos congressistas já entra para o cargo sem oposição, e os eleitos priorizam os interesses pessoais”. Como consequência, eles alertam, o país corre riscos de colapso moral e institucional, com o controle exercido por uma elite privilegiada e um sistema que favorece os mais poderosos.
Impactos e o futuro da democracia americana
Enquanto alguns destacaram a existência de ações autoritárias, outros lamentam a aprovação de líderes controversos, incluindo potencialmente corruptos ou com antecedentes criminais. “Filtrando tudo isso, fica claro que há uma profunda crise de valores e um sistema que normaliza práticas que, em qualquer outra sociedade, seriam consideradas distópicas”, concluiu um internauta. O questionamento permanece: quais serão os próximos passos para uma reforma real na política americana?