O futebol é um esporte que, ao longo de sua evolução, testemunhou a metamorfose de seus papéis e posições, e uma das figuras mais emblemáticas desse universo é o centroavante. No âmbito das discussões esportivas, a relevância dessa posição é inegável, embora frequentemente debatida com um tom de nostalgia e constante interrogação sobre sua real importância nos dias de hoje. Como ilustra o jornalista e escritor Marcelo Barreto em sua crônica, a figura do centroavante é uma metáfora rica que evoca a memória do notável autor Luis Fernando Verissimo, um verdadeiro ícone da literatura brasileira.
A magia do centroavante e a crônica de Verissimo
Em sua crônica, Barreto rememora uma famosa frase de Verissimo que captura a essência da raridade do centroavante. Nela, o autor destaca como esses jogadores, que têm a capacidade de serem decisivos em momentos cruciais, se tornaram um símbolo de algo que poucos conseguem alcançar. “Eles são raros, os centroavantes”, diz Barreto, refletindo uma crença coletiva de que essa posição está em extinção ou transformada em algo amplamente discutido nas arenas do futebol moderno.
Verissimo, em seus escritos, sempre foi além de simplesmente descrever o futebol. Ele mescla suas narrativas com elementos da cultura popular e do cotidiano, criando um universo onde leitores e torcedores podem se identificar. Isso se transforma em uma experiência quase poética, onde o jogador, a torcida e as emoções se entrelaçam em um tecido narrativo rico e vibrante.
Memórias de infância e a busca pela excelência
Barreto também compartilha suas próprias memórias de infância como um aspirante a jogador de futebol. Ele lembra claramente de seus sonhos em ser um camisa 10, seguindo os passos de ídolos como Pelé e Zico. No entanto, ele se tornou um centroavante nas partidas de pelada, estabelecendo, assim, uma conexão pessoal com a raridade da posição que tanto admira. Isso ecoa a visão de Verissimo sobre o tema: a luta e a determinação de competir, mesmo quando o talento não é suficiente para brilhar como as estrelas que aparecem nos holofotes.
A influência de Verissimo no jornalismo e na literatura
Luis Fernando Verissimo, enquanto figura literária, não se limitou a ser apenas um autor de crônicas sobre futebol. Sua capacidade de entrelaçar humor e críticas sociais em suas narrativas, fez dele um referencial para muitos jornalistas. Barreto, ao relatar sua trajetória — desde a admiração pela prosa de Verissimo até o primeiro contato que teve com ele — revela a profunda influência que o autor exerceu em sua formação como escritor.
O momento em que Barreto recolheu as impressões de Verissimo sobre a seleção brasileira de todos os tempos é um testemunho do respeito que o autor tem entre seus pares. A precisão e a clareza de suas opiniões sobre o futebol são respeitadas até hoje, mesmo que as escolhas possam ser subjetivas, como a exclusão de Zico em uma lista que exigia apenas a essência do que é ser um centroavante.
A característica única dos centroavantes e de Verissimo
Barreto conclui sua crônica com uma reflexão sobre a singularidade dos centroavantes e de Verissimo, destacando que, embora sejam figuras raras, ambos deixaram uma marca indelével na cultura brasileira. “Eles são raros, os Verissimos”, escreve Barreto, evocando a ideia de que as verdadeiras lendas são aquelas que conseguem criar uma conexão emocional com as pessoas, seja por meio de um gol espetacular ou de uma frase bem elaborada que nos faz pensar.
E assim, como centroavantes que frequentemente aparecem nas balanças da cultura, o legado de Luis Fernando Verissimo continua a inspirar escritores e amantes do futebol. Se os centroavantes são representantes únicos de sua posição em campo, Verissimo permanece como um centroavante da literatura, marcado por seu talento único e pela capacidade de ressoar nas mentes e corações de gerações de leitores. Ambos, no fundo, representam o que pode ser considerado raro e valioso em suas respectivas arenas.