A Força Aérea dos Estados Unidos anunciou em 15 de agosto que concederia honras militares a Ashli Babbitt, uma veterana que morreu durante o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. A medida, que reverte uma decisão anterior do governo Biden, divide opiniões na política americana e entre a sociedade.
Honras militares e controvérsia sobre o funeral
Segundo o Departamento de Assuntos de Veteranos, honras militares incluem o toque de gaita e a apresentação da bandeira americana por uma guarda de honra, composta por pelo menos dois membros das forças armadas. A decisão de conceder esses benefícios a Babbitt, que tentou invadir o Congresso durante o tumulto, gerou críticas severas.
Anteriormente, o então secretário da Força Aérea, Lt. Gen. Brian Kelly, afirmou que honrá-la «descreditaria» a força. No entanto, após revisão, Matthew Lohmeier, sub-secretário da Força Aérea, entendeu que a avaliação inicial foi incorreta, reafirmando a controvérsia.
Contexto da morte de Ashli Babbitt
Babbitt foi fatalmente baleada pelo tenente do Capitólio, Michael Byrd, que alegou não ter percebido se ela portava arma. Apesar de não estar armada, ela carregava uma mochila e avançou pelo acesso ao Congresso enquanto a polícia e legisladores fugiam. Byrd, posteriormente, foi considerado inocente em investigações do Departamento de Justiça.
Família de Babbitt questiona a legalidade de sua morte e tentou obter uma indenização de US$ 30 milhões, atualmente reduzida a US$ 5 milhões após acordo com o Departamento de Justiça.
Repercussões políticas e ideológicas
Conservadores e apoiadores de Donald Trump celebraram a reversão, com o grupo Judicial Watch, ligado ao espectro mais conservador, defendendo a homenagem. Ademais, figuras próximas ao ex-presidente elogiaram a decisão, que também envolve apelos a uma narrativa de justiça e de luta contra o que chamam de “censura”.
Por outro lado, opositores criticam o ato, considerando-o uma afronta à memória de policiais feridos e a todos que lutaram contra a invasão. Ex-soldado Adam Kinzinger, ex-membro do Congresso, disse que honoring Babbitt seria “uma dishonra ao serviço militar”.
Impacto na polarização e debates atuais
A discussão evidencia a profunda divisão nos EUA, onde a narrativa de Babbitt como mártir ou insurgente é usada por diferentes lados para ilustrar tendências de radicalização e impunidade. A postura de figuras como ex-policial Aquilino Gonell reflete o sentimento de traição de parte dos agentes que resistiram à invasão.
O governo dos EUA ainda não se manifestou oficialmente sobre a controvérsia gerada pela decisão. A questão levanta um debate sobre justiça, memória e os limites da polarização política no país.
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