A trajetória política de Eduardo Bolsonaro, um dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, é frequentemente acompanhada por polêmicas e crises. No entanto, seu passado antes da política revela um jovem mais descontraído, envolvido em atividades como surfe, futebol e festas. Caracterizado por um estilo de vida livre, Eduardo, que se tornou deputado aos 30 anos, mantinha suas distâncias em relação à política, que era “coisa dos irmãos”, como costumava dizer a seus amigos na faculdade.
O jovem em meio a esportes e festas
Enquanto seus irmãos, Carlos e Flávio, se dedicavam às obrigações políticas impostas pela família, Eduardo vivia seus dias de maneira despreocupada, desfrutando das ondas do Arpoador e das peladas de futebol na praia. Era na Faculdade Nacional de Direito da UFRJ que ele alternava entre estudos e uma vida social agitada, longe das sombras da política. A descontração era tanta que o jovem costumava ser apelidado de “vagão”, uma expressão pejorativa que seu próprio pai usava.
Nos Jogos Jurídicos, além de jogar futebol, Eduardo se destacou como videomaker, registrando momentos descontraídos que circulavam rapidamente entre os amigos. Ele foi responsável por batizar essa produção com o nome de “Castelo de Grayskull Produções”, em uma clara alusão ao popular desenho “He-Man”. Seu envolvimento com a banda Forfun, onde até apareceu em um clipe, reflete a atmosfera leve de sua juventude, marcada pelo pop punk e boas vibrações.
A transição para a política
O ingresso de Eduardo na política se deu tardiamente, apenas em 2014, quando foi eleito deputado federal. Sua juventude despreocupada contrasta com a decisão de se lançar no caminho político, em um contexto onde seus irmãos já estavam bem estabelecidos. Durante o período em que se preparava para essa transição, Eduardo exerceu um cargo que muitos acreditavam serem de “fantasma” no gabinete da liderança do PTB, onde seu pai era filiado.
Apesar de sua formação em direito e de ter se tornado escrivão concursado da Polícia Federal, Eduardo não se deixava envolver intensamente com políticas acadêmicas. Sua abordagem amigável e despretensiosa até permitiu um relacionamento tranquilo com diversos grupos políticos dentro da universidade, mesmo aqueles com os quais poderia discordar ideologicamente, como os do PCdoB e PSTU.
A ascensão política e as controvérsias
O verdadeiro boom político de Eduardo veio em 2018, quando, apoiado pela onda bolsonarista, ele se tornou o deputado federal mais bem votado da história, com 1,8 milhão de votos. Sua ascensão, no entanto, não veio sem desafios. Em meio a crises, investigações e polêmicas, Eduardo encontrou-se em uma posição de destaque, especialmente após seu irmão, Flávio, se envolver em investigações sobre as chamadas “rachadinhas”. Esse cenário permitiu a Eduardo se firmar como uma figura central dentro do clã Bolsonaro.
Novas questões surgiram em relação à sua relação com o pai, principalmente quando Eduardo se tornou pivô de investigações que afetaram diretamente a imagem familiar. Mensagens reveladas pela Polícia Federal difundiram um quadro de descontentamento entre pai e filho, mostrando um Eduardo magoado e ressentido. Em um dos relatos, expressava seu desagrado em relação ao próprio pai, refletindo um distanciamento emocional significativo entre eles.
Reflexões sobre um legado
O passado descontraído de Eduardo Bolsonaro destaca um contraste interessante com sua imagem pública atual. De um jovem curtindo a vida na praia, sobre as ondas e em festas, ele se tornou uma figura importante e controversa na política brasileira, envolvendo-se em discussões acaloradas e posicionamentos polarizadores. À medida que o Brasil observa as desdobradas recentes da política nacional, a juventude despreocupada de Eduardo serve como um lembrete de que, por trás das narrativas políticas, existem histórias pessoais complexas, que moldaram não só o indivíduo, mas também sua trajetória até aqui.