Nos Estados Unidos, muitos elementos do sistema político evoluíram para uma normalidade que, na verdade, possui traços claramente distópicos. Entre as críticas mais citadas por membros da comunidade BuzzFeed, estão o uso indiscriminado de ordens executivas, o financiamento ilegal por lobistas e a forte influência de dois partidos principais.
Normatização de práticas autoritárias na presidência
Um dos aspectos mais alarmantes é o fato de que o presidente pode criar leis via ordens executivas sem passar pelo processo legislativo. O fato de o presidente poder simplesmente inventar leis usando ordens executivas é algo que deveria ser questionado
, afirma uma fonte anonima. Além disso, a duração vitalícia dos cargos no judiciário é vista como uma distorção, sendo defendida a implementação de limites de mandato.
Lobbies e a falsa legitimidade do financiamento privado
Lobbying como corrupção legalizada
O lobby, considerado por muitos como uma forma de corrupção disfarçada, é visto como uma prática excessivamente normalizada e até aceita.
“Lobbying é legalizado bribery,” que traduzido significa ‘propina legalizada’, é uma afirmação comum entre críticos do sistema.
Concentração de poder nas duas principais forças políticas
A influência do Partido Republicano e do Democrata limita a pluralidade política. A percepção de que, se você não apoia um, apóia automaticamente o outro, reforça uma sensação de pouca alternativa na escolha eleitoral. Apesar de haver terceiros, sua influência é mínima, tornando o sistema uma espécie de protesto disfarçado.
Mídia, eleições e manipulação
Discurso de ódio e desinformação
A liberdade de imprensa é frequentemente usada por meios de comunicação de direita para divulgar mentiras, alegando liberdade de expressão. A mídia de direita pode mentir abertamente e chamar isso de ‘liberdade de expressão’
, diz um usuário.
Sistema eleitoral distorcido
O Colégio Eleitoral é apontado como um mecanismo profundamente injusto, uma herança da escravidão, que favorece estados menores e prejudica o voto popular.
“Se fosse pelo voto popular, republicanos nunca mais ganhariam uma eleição”, afirma um crítico.
Política militarizada, desigualdades e influência do dinheiro
Excessos na força militar e brechas na Constituição
Há relatos de que há requisitos mais rigorosos para servir nas forças armadas do que para se tornar presidente. Além disso, há preocupações de que o poder militar esteve mais presente em ações internas em detrimento da Constituição, como a ameaça de golpe ou a violação do Posse Comitatus.
Desigualdade na saúde e influência de campanhas milionárias
Os políticos recebem melhores cuidados de saúde do que o povo comum. Ainda, há uma constatação de que o valor gasto na campanha presidencial é astronômico, em um sistema que limita a democracia e reforça a influência do dinheiro na política.
Impunidade e polarização
Críticos destacam que figuras como Donald Trump, com processos e acusações graves, podem concorrer à presidência, reforçando uma crise de moralidade. A polarização extremada é vista como uma consequência direta da forma como os cidadãos se identificam com suas ideologias, transformando a política em um esporte ideológico.
Relevância do poder popular e ameaças à democracia
Apesar de votar, a sensação é de impotência diante de um Congresso que prioriza interesses próprios e de um sistema que favorece líderes autoritários. Há preocupação com o fato de que um aspirante a ditador possa colocar tropas na rua sem consequências, desrespeitando leis fundamentais como o Posse Comitatus.
Conclusão: uma democracia sob ameaça constante
As críticas apontam para um sistema onde o poder econômico, o controle partidário e a ausência de limites claros transformaram a política americana em uma realidade potencialmente distópica. Muitos jovens e idosos descrevem a apreensão de que esse cenário possa evoluir para uma perda irreversível da democracia.
Essas críticas refletem uma preocupante normalização de práticas que, em outros contextos, seriam consideradas autoritárias ou anticonstitucionais. A reflexão fica: como uma sociedade que aceita essas ações pode realmente sustentar seus valores democráticos a longo prazo?