O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já está subindo o tom de seus discursos e entrando no “modo eleição”, oferecendo um panorama claro de como será a temperatura da disputa de 2026. O petista tem ajustado sua comunicação, criticado adversários e planejado iniciativas de grande apelo popular, com o objetivo de conquistar o eleitorado para a reeleição.
Subindo o tom: Lula em “modo eleição”
Em um cenário desafiador, marcado pelo tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Lula comandou uma reunião ministerial que, em grande parte, concentrou-se em assuntos externos. Durante o encontro, foi revelado o novo slogan do governo: “Governo do Brasil, do lado do povo brasileiro”.
O presidente tem planos ambiciosos para a próxima semana, com o lançamento do programa Gás do Povo, que distribuirá botijões gratuitos para a população de baixa renda e que promete ser uma medida de grande impacto na vida dos brasileiros. Além disso, está em votação a aprovação do projeto de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil.
Em uma estratégia mais direta, Lula passou a identificar abertamente seus adversários na corrida presidencial, emitindo críticas ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), e ao de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo-MG).
Ministros alinham prioridades no governo
No início da semana, Lula reuniu ministros para discutir as prioridades na reta final de seu governo. Em um discurso a seus auxiliares, o presidente abordou não apenas temas nacionais, mas também internacionais, como a guerra na Ucrânia. Utilizando bonés com a frase “O Brasil é dos Brasileiros”, a equipe enfatizou a proposta de um governo voltado para o povo e a soberania do país.
Programas sociais: uma prioridade
Outro foco da administração Lula é acelerar propostas sociais que beneficiarão diretamente sua base eleitoral. Na próxima quinta-feira (4/9), o presidente irá a Minas Gerais para anunciar o programa Gás do Povo, que substituirá o atual Auxílio Gás. O novo programa oferecerá um voucher que permitirá à população de baixa renda retirar botijões de gás gratuitamente nas distribuidoras.
A escolha do local para o lançamento é significativa: a comunidade do Aglomerado da Serra, a maior favela de Belo Horizonte. O objetivo é que o Gás do Povo alcance 15 milhões de beneficiários até março de 2026. Atulamente, o Auxílio Gás atende cerca de 5 milhões de famílias com um subsídio de R$ 108, o que na realidade é insuficiente em muitos estados.
Imposto de Renda no centro da pauta
No que diz respeito ao Imposto de Renda, uma das principais promessas de campanha de Lula, o governo está empenhado na aprovação do projeto de lei que isentará de IR quem recebe até R$ 5 mil, uma alteração que pode beneficiar cerca de 500 mil pessoas a mais do que inicialmente previsto. O relator do projeto na Câmara, deputado federal Arthur Lira (PP-AL), propôs importantes mudanças que ampliam o alcance da isenção e demonstram o compromisso do governo com a justiça fiscal.
Críticas aos adversários: uma estratégia política
Com o clima eleitoral cada vez mais acirrado, Lula intensificou suas críticas aos adversários. Em recente entrevista à TV Record, ele disparou contra o governador Romeu Zema, acusando-o de ser um “falso humilde” e de espalhar mentiras. “Ele tenta criar um comportamento que não condiz com a necessidade de um governo de Minas Gerais”, afirmou.
O governador Zema rebatou as críticas de Lula, utilizando as redes sociais para acusar o Partido dos Trabalhadores (PT) de ter “destruído” Minas Gerais durante suas gestões. Lula não deixou de focar suas críticas também em Tarcísio Freitas, alegando que o governador não tem identidade própria sem o apoio de Jair Bolsonaro (PL). Tais movimentações indicam que Lula está determinado a se posicionar firme na disputa, sinalizando que será candidato à reeleição se estiver em boas condições de saúde.
Com uma agenda recheada de iniciativas populares e um discurso afiado contra adversários, Lula reafirma sua posição no cenário político e se prepara para uma campanha competitiva em 2026. Se sua estratégia de comunicação e políticas sociais conseguirem ressoar com os eleitores, ele pode consolidar seu lugar na corrida presidencial, reafirmando seu compromisso com o povo brasileiro.